Cerca de 10 mil pessoas, maioritariamente jovens, provenientes de vários pontos do país, participaram na marcha da liberdade, de 03 de fevereiro, em memória das vítimas e sobreviventes do massacre de Batepá de 1953, num percurso total de cerca de 15 quilómetros, da Praça da Independência até a Praia de Fernão Dias.
“Podemos dizer que a juventude ouviu o nosso apelo, a juventude respondeu positivamente ao nosso pedido e hoje, o número de jovens que aqui estão, quer dizer que em São Tomé ainda temos muitos jovens”, disse o diretor do Instituto da Juventude, Calisto Nascimento.
José Maria que há mais de 40 anos está ao serviço da juventude e associativismo no país afirmou que vai continuar a dar o seu apoio para o bem de São Tomé e Príncipe.
“Faço por amor ao país que é São Tomé e Príncipe, por amor àqueles que tombaram no dia 3 de fevereiro de 1953 e por eles eu continuarei a fazer até um dia que eu não puder mais. Enquanto eu tiver esta energia vou continuar a fazer o meu melhor para o bem de São Tomé e Príncipe, para o bem daqueles que tombaram em Batepá e em Fernão Dias”, disse Zé Maria.
“ Esse momento significa união, conhecer novas pessoas e saber mais sobre a nossa cultura”, disse Ana, outra participante.
Alguns membros do Governo também caminharam lado a lado com a população durante todo o percurso.
“Essa marcha da juventude que nós vemos aqui implica que ela está a aderir a causa dos nossos antepassados que lutaram em 1953 para que hoje nós fossemos um país independente, portanto, é uma juventude que está motivada”, enfatizou o ministro do Estado, Economia e Finanças, Gareth Guadalupe.
“A partir de agora, nós temos que trabalhar na união e pacificação da nossa sociedade, mas com muito trabalho e também com muita disciplina”, acrescentou o governante.
Já em Fernão Dias, os titulares dos órgãos de soberania saudaram a elevada participação da juventude na marcha, apelando à preservação da memória histórica do país.
“Isso mostrou a pujança que este cerimonial está vivo. à estes jovens, é uma forma de eles próprio se inteirarem e absorverem o que aconteceu e fazerem esta reflexão [sobre o ocorrido em 1953]”, vincou o Presidente da República, Carlos Vila Nova.
“Nós quando víamos [na marcha] a moldura era tanta, a alegria e a vontade de vir era tanta que se via no rosto das pessoas. Portanto, podendo honrar este momento que é um ato solene, digno de toda a solenidade, nós só podemos é agradecer, por estarmos vivos e testemunhar mais um ano de comemoração [alusivo] ao massacre de 53”, disse a presidente da Assembleia Nacional Celmira Sacramento.
O primeiro-ministro, Américo Ramos afirmou que “São Tomé e Príncipe deve honrar a memória daqueles que padeceram neste dia 3 de fevereiro e ter em memória que isso foi um símbolo da liberdade do povo de são-tomense”.
Momentos culturais e religiosos estiveram em destaque na celebração dos 72 anos do Massacre de “Batepá” em 3 de fevereiro de 1953.