Um estudo científico apresentado na terça-feira, 22, na Universidade de São Tomé e Príncipe, apontou a instabilidade política, bem como, a falta de quadros capacitados, como as principais causas de atraso de desenvolvimento do país, na qual tem registado vários desafios económicos, sociais e políticos há quase 50 anos da independência nacional.
O estudo foi realizado pelo professor auxiliar da USTP e pesquisador da Universidade de Québec, André Ferdinand que tem trabalhado “sobre as causas do atraso de São Tomé e Príncipe no seu programa de desenvolvimento”.
“Depois de fazer um inquérito aqui em São Tomé, nas escolas, eu apontei uma das causas do atraso, que é a instabilidade política em São Tomé e Príncipe, então eu pretendi aprofundar este tema e propor solução que pode ajudar a mitigar esse flagelo”, disse o professor, André Ferdinand.
“A solução basicamente é uma mudança de estrutura mental da nossa coletividade, nós descobrimos que aqui em São Tomé não perdoamos uns aos outros, nós passamos tempo a guardar rancor, mágoas, facto que não ajuda a construção da coesão social. Os políticos percebem isso muito bem, porque eles vão no parlamento trabalhar num debate que estou a propor para que possam trabalhar juntos na união dos partidos políticos e também da sociedade”, acrescentou.
Relativamente a falta de quadros capacitados, o pesquisador considerou ainda que “não se pode desenvolver um país sem a massa crítica”.
“Então, eu pretendi resolver esta problemática de forma diplomática, estou a propor uma colaboração entre o Ministério da Educação de São Tomé e Príncipe e a Universidade de Québec para que possamos beneficiar de uma bolsa de estudo para Québec”, afirmou.
O estudo que tem sido desenvolvido há cerca de um ano, está a ser financiado pela Universidade de Québec, segundo o palestrante.
“O que estou a fazer aqui é a divulgação junto a comunidade educativa, mas também a camada decisora do país para que eles também possam avaliar se pode ser útil para o desenvolvimento do país”, precisou.
A divulgação científica do inquérito aconteceu durante uma palestra sobre “Verdade – Reconciliação e Estabilidade Política em STP”, destinada aos alunos e professores da Universidade de STP.