A Região Autónoma do Príncipe e a congénere portuguesa dos Açores assinaram, na ilha do Príncipe, um acordo para reforçar colaboração estratégica e promover o desenvolvimento sustentável em várias áreas, incluindo educação, agricultura, ciência, energia e o mar.
O documento foi assinado na cidade de Santo António, ilha do Príncipe, pelo presidente do Governo Regional do Príncipe, Filipe Nascimento e o vice-presidente do Governo Regional dos Ações, Artur Leal Lima, no âmbito da comemoração dos 30 anos da autonomia da Região Autónoma do Príncipe (RAP) assinalados na terça-feira.
Segundo o acordo, a que a RSTP teve acesso, as duas regiões se comprometem em fortalecer a cooperação institucional, “criando uma base sólida para o crescimento económico e a proteção ambiental” e ainda colaborar “nas áreas da ciência, inovação e tecnologia”.
Comprometem-se ainda em “desenvolver e implementar projetos conjuntos nas áreas da educação e formação, energia renovável, aproveitamento dos recursos do mar, proteção ambiental e agricultura sustentável”, bem como “estimular a colaboração entre associações desportivas e clubes desportivos das duas regiões”.
“Nós estamos muito otimistas que as relações que acabamos de firmar entre a região autónoma do Príncipe e a região autónoma dos Açores sejam não só um protocolo escrito, mas sim, de compromissos, sobretudo na relação institucional, que a partir daí trabalharemos no sentido de concretizar ganhos”, declarou o presidente do Governo Regional do Príncipe.
Filipe Nascimento realçou que no passado o Príncipe contou com a colaboração efetiva dos Açores junto da sua Assembleia Legislativa Regional para a revisão do Estatuto Político-Administrativo da RAP, que aconteceu em 2010 e nesta nova fase de cooperação a RAP quer contar com a experiência dos Açores “na matéria de consolidação da autonomia financeira”.
“Também olharmos formação e em áreas tão transversais, que há experiências muito boas nos Açores, mas, sobretudo, preparação de projetos que, junto de fundos, nomeadamente fundos europeus, podermos criar aqui parcerias, que haja projetos que sejam benéficos quer para os Açores, quer para o Príncipe”, acrescentou Filipe Nascimento.
O vice-presidente do governo dos Açores, acrescentou outras áreas de colaboração, nomeadamente a cultura, turismo, mar, formação profissional e atribuição de bolsas de estudos aos jovens do Príncipe e sublinhou que “este é um protocolo que se pretende pragmático, prático e executável”.
“Da parte do Governo dos Açores, é um enorme gosto colaborarmos mais uma vez com a Região Autónoma do Príncipe. Estivemos cá em 2008, antes de tudo. Voltamos cá agora numa outra posição executiva, entre os dois governos, para materializarmos e aproximarmos os nossos dois povos”, disse Artur Leal Lima.
No mês de março, o presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, recebeu em audiência o líder do executivo da Região Autónoma do Príncipe, Filipe Nascimento, e considerou que as regiões podem “capacitar um projeto de oportunidades” no Atlântico.
José Manuel Bolieiro, citado numa nota de imprensa, realçou a posição geoestratégica das duas regiões, com os Açores situados no Atlântico Norte e o Príncipe no Atlântico Sul, defendendo uma parceria assente na lusofonia e na criação de novas oportunidades.