O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) apontou perspectivas na melhoria da situação macroeconómica de São Tomé e Príncipe, apesar de “incertezas” face aos riscos internacionais, segundo um especialista desta organização, com o Governo a assegurar avanços “na consolidação das suas reformas económicas”.
“A situação macroeconómica tem bastante incertezas, por causa dos riscos internacionais, mas, em princípio moderadamente otimista. Estamos vindo de uns anos com um crescimento económico muito fraco, mas, querendo que as perspectivas para isso melhore. Não de um jeito muito grande, mas, de um jeito considerável, se os riscos não ameaçarem estas perspectivas”, disse Pepe Pedrosa, economista sénior do BAD.
Pepe Pedrosa falava aquando da apresentação pública do relatório “Foco no País para 2025 em São Tomé e Príncipe”, que visa investigar e analisar a situação macroeconómica do país e propor soluções para o desenvolvimento, otimizando o capital humano, produtivo, ambiental e financeiro.
O relatório de “Foco no País para 2025 em São Tomé e Príncipe”, para além de contribuir na análise do capital humano, produtivo, ambiental e financeiro, irá auxiliar na implementação de políticas públicas no país.
“Por cada tipo de capital, estamos analisando recomendações de políticas. Por exemplo, em termos do capital natural, do ambiente, estamos vendo que o quadro institucional tem que ser melhorado, mas, tem coisas como o controle das regulações que tem uma aplicação fraca.[..] Estamos atrelando as recomendações com os projetos que estamos implementando”, disse Pepe Pedrosa
De acordo com o Banco Africano de Desenvolvimento, a projeção do crescimento macroeconómico no país é de 2. 7 % em 2025 e 4.4 % em 2026.
Adilson Monteiro, representante do ministro da Economia e Finanças, referiu que a apresentação deste relatório chega num momento importante, a medida que o país “avança na consolidação das suas reformas económicas”.
“Este relatório destaca com propriedade a necessidade de reforçar os sistema de educação e saúde, combater a fuga de quadros e garantir a proteção dos nossos recursos naturais”, disse.
O governo reafirmou o compromisso em fortalecer o sector privado, promover a inclusão financeira, explorar financiamentos mistos e parcerias públicas e privadas.
“Estamos igualmente empenhados em acelerar a transição energética, fortalecer o sector privado, promover a inclusão financeira e explorar instrumentos de financiamento mistos e parcerias públicas e privadas”, afirmou o representante do Ministro da Economia.
O relatório que foi apresentado no Instituto Superior de Educação e Comunicação (ISEC), ressaltou a importância das instituições académicas na construção de uma sociedade mais informada, crítica e participativa.
Agostinho Sousa Presidente da ISEC, destacou que a universidade tem a responsabilidade de
“formar cidadãos comprometidos com o desenvolvimento do país”.
“Acreditamos que o conteúdo deste relatório, será uma ferramenta valiosa para a investigação, para o ensino e sobretudo para adoção de políticas públicas que promovam um crescimento mais inclusivo e sustentável”, ressaltou Agostinho Sousa.