O Governo são-tomense, com apoio do PNUD, validou na sexta-feira, o projeto “Reforçar a Capacidade de Adaptação às Inundações e à Segurança Hídrica em São Tomé e Príncipe”, que deverá ser executado a partir do segundo trimestre de 2026, visando minimizar inundações em vários pontos do país em dias de fortes chuvas.
Segundo a ministra do Ambiente, Juventude e Turismo Sustentável, Nilda da Mata “esta iniciativa representa um passo concreto na construção de soluções duradouras que protejam” as comunidades, os recursos e o desenvolvimento de São Tomé e Príncipe.
“O nosso arquipélago, embora pequeno em território é imenso em riqueza natural e cultural, no entanto, enfrentamos desafios crescentes, provocados pelas alterações climáticas, como por exemplo, o aumento da frequência e da intensidade das chuvas torrenciais que resultam em inundações devastadoras”, disse a ministra.
“Estas inundações não apenas danificam infraestruturas essenciais, como estradas, pontes e habitações, mas também destroem plantações, dificultam acesso a educação, a saúde e acesso a água potável e, em muitos casos, colocam vidas humanas em riscos, especialmente nas zonas mais vulneráveis, pondo em causa a estabilidade das nossas comunidades e próprio desenvolvimento sustentável que almejamos”, acrescentou.
O projeto prevê intervenções em vários pontos da cidade capital da ilha de São Tomé e da ilha do Príncipe que sofrem inundações, e melhorar a gestão dos resíduos e fortalecer a segurança hídrica
“Sabemos que os desafios são muitos, porém, sabemos também que temos a capacidade de agir com inteligência, com planeamento e com união. É imperativo que sejamos proativos. Adaptar-se as inundações não pode ser visto como uma opção, mas como uma necessidade estratégica”, frisou a governante.
“Precisamos investir em sistemas de alerta precoce, criar planos comunitários de evacuação e reforçar infraestruturas resilientes. É essencial garantir que todas as famílias, em todas as ilhas e localidades tenham acesso às fontes seguras de água”, adiantou.
O Governo pediu o envolvimento e colaboração de todos, incluindo os parceiros internacionais para fazer face às alterações climáticas.
Para a ministra do Ambiente, Juventude e Turismo Sustentável, “adaptação climática não se constrói com palavras, mas com ações concretas, políticas públicas integradas, financiamento climática acessível, educação ambiental nas escolas e um compromisso coletivo com a preservação dos ecossistemas nacionais”.
“Investir na segurança hídrica e adaptação climática é uma necessidade urgente e não é apenas uma medida de resiliência, mas uma ação estratégica para garantir o bem-estar da população, reduzir desigualdades e impulsionar o desenvolvimento sustentável”, precisou Nilda da Mata.
A representante adjunta do PNUD, Negar Arefi reforçou o compromisso da sua organização, em continuar a apoiar São Tomé e Príncipe no combate as alterações climáticas, sublinhando que há “uma grande esperança nesta iniciativa” e considerou que a sua abordagem é dupla.
“Primeiro, ao intervir o montante nas bacias hidrográficas com soluções baseadas na natureza, atenuaremos o afluxo de águas fluviais em zonas urbanas. Segundo a melhoria da gestão dos resíduos sólidos urbanos e também a promoção de uma cidadania ativa e consciente no cuidado dos espaços públicos, são fundamentais para garantir as intervenções infraestruturais nas horas inundáveis tenham um impacto duradouro e transformador”, disse.
“Estamos confiantes que o empenho de todos os parceiros, este projeto marcará um ponto de viragem nas construções de cidades mais resilientes, mais seguras e mais sustentáveis em São Tomé e Príncipe”, concluiu.