O jovem atleta são-tomense, João Silva mais conhecido por “Lelo”, de 35 anos e portador de deficiência desde os 4 anos de idade devido a poliomielite, emigrou para Portugal com o objetivo de integrar num clube, conquistar apoio de empresários, tornar um atleta paralímpico internacional e mudar a sua história.
O atleta, que ao longo da sua carreira já conquistou várias medalhas nacionais e internacionais, deixou São Tomé e Príncipe motivado pela ambição de competir ao mais alto nível.
“Eu sonho alto, e quando sonho alto, vou atrás, é por isso que vim para Portugal. Porque eu vejo mesmo lá em São Tomé, eu sou atleta e tenho família, e as vezes tinha que fazer motoqueiro, fazer alguma coisa [para ter dinheiro para casa] depois para ir treinar e tornou muito cansativo para mim” afirmou o atleta em entrevista à RSTP.
“Então, vim para Portugal, para integrar num clube aqui, ter um empresário para me apoiar, porque um dos meus sonhos é participar nos jogos paralímpicos em 2026 [na Itália] eu quero conseguir o meu objetivo”, adiantou.
Em São Tomé, destacou-se em modalidades como lançamento de peso, corrida em cadeira de rodas e canoagem, tendo conquistado várias medalhas. Em 2023, representou o país na Nigéria, onde alcançou duas medalhas de bronze em provas de canoagem de 200 e 500 metros, modalidade que pratica desde 2014.
Determinado em tornar-se atleta internacional, Lelo acredita que a única forma de atingir este objetivo, é através da integração num clube em Portugal.
“Tudo eu consigo fazer, mas uma delas, se eu conseguir o patrocínio eu faço. É o meu sonho, quero ser atleta internacional e ganhar medalhas”, frisou.
Para além da sua participação em competições nacionais e internacional, Lelo integrou também o grupo ANKA e desempenhou um papel de destaque como treinador da escola de futebol em S. Marçal, contribuindo para a formação de jovens talentos no país, projeto que, infelizmente terminou em 2016, por falta de apoio.
Agora, em território português, o atleta deixou um apelo.
“Por isso, eu peço apoio, de clubes ou empresários que apostem em mim, porque sei que vou dar resultados, confio em mim e sei que é o meu objetivo. Quero concretizar o meu sonho”, acrescentou.
Mesmo perante as dificuldades, e, agora em Portugal, o jovem atleta são-tomense, mantém viva a esperança em alcançar os seus objetivos e espera que a sua história sirva de inspiração para outros, mostrando que a força de vontade pode superar barreiras físicas, sociais e geográficas.