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PM insta CEMFA a esclarecer rumores sobre invasão e queima de arquivos no tribunal militar

O primeiro-ministro Américo Ramos instou hoje o Estado Maior das Forças Armadas a esclarecer “o que aconteceu” com os arquivos do tribunal militar, face a rumores que circulam desde sexta-feira, sobre a alegada invasão e queima de arquivos naquele tribunal.

“Resta os serviços do Estado-Maior vir explicar a situação. Portanto aguardamos, que eles venham explicar […]  o que aconteceu com o dossier”, disse o primeiro-ministro, questionado hoje pela RSTP.

No entanto, a RSTP contactou o Estado-Maior das Forças para obter esclarecimento, mas responsáveis pela instituição disseram que de momento não podem falar sobre o assunto.

É preciso fazer um inquérito, certificar o que aconteceu e depois ter provas para dizer categoricamente o que se passou. Eu não fui lá, não estive lá, e então cabe ao Estado-Maior confirmar o que aconteceu“, disse o primeiro-ministro.

Na sexta-feira, o Governo e as Forças Armadas são-tomenses desmentiram rumores que circulam nas redes sociais sobre “suposta mobilização” para Golpe de Estado no país, assegurando que “as autoridades permanecem vigilantes e comprometidas com a manutenção da paz e da ordem pública”.

“O Governo da República Democrática de São Tomé e Príncipe vem ao público esclarecer e tranquilizar a população sobre rumores que circulam nas redes sociais, indicando uma suposta mobilização para a inversão da ordem constitucional em nosso país, especialmente em relação aos acontecimentos do passado 25 de novembro de 2022”, lê-se no comunicado do Governo.

No documento emitido na noite desta sexta-feira, o gabinete do primeiro-ministro esclarece que “as autoridades competentes, incluindo as forças de segurança e responsáveis pela ordem pública, estão em alerta permanente e asseguram que não há qualquer indício de um golpe de Estado ou de uma mobilização que ameace a nossa democracia e a nossa constituição”.

Por sua vez, o comando das Forças Armadas de São Tomé e Príncipe (FASTP) também desmentiu tais informações sobre o “alegado golpe de Estado” e tranquilizaram toda a população.

“As Forças Armadas repudiam veementemente essas informações falsas, que em nada contribuem para a paz, estabilidade e segurança nacional, valores que sempre nortearam a nossa instituição. Reafirmamos o nosso compromisso inabalável com a Constituição da República, com os órgãos de soberania legitimamente eleitos e com a ordem democrática e o Estado de Direito”, lê-se no comunicado das FASTP.

No entanto, nem o Governo, nem as FASTP desmentiram os rumores sobre a alegada invasão e queima de arquivos no tribunal militar.

Segundo as publicações de alguns cidadãos, sobretudo residentes no estrangeiro, a alegada mobilização registada hoje estariam relacionadas com o descontentamento de militares contra as últimas iniciativas do Presidente da República, Carlos Vila Nova, que nas últimas duas semanas reuniu altas entidades do país, incluindo membros de órgãos de soberania e responsáveis pela justiça para encontrar mecanismos para a realização do julgamento do caso 25 de novembro de 2022.

Trata-se de um caso em que quatro homens foram torturados e mortos no quartel militar, quando estavam sob custódia das FASTP, após uma tentativa de golpe de Estado.

Mais de vinte militares, incluindo altas chefias, foram acusadas pelo Ministério Público, mas até momento não foram julgados porque o tribunal civil declarou-se incompetente e remeteu o processo para o tribunal que até ao momento tem reclamado meios para funcionar.

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