O grupo “Leoninos” de Guadalupe surgiu há 70 anos e reúne atualmente, cerca de 30 elementos que têm procurado preservar e promover a cultura são-tomense, principalmente na dança e nos trajes tradicionais, apesar da falta de apoio institucional.
Segundo o presidente, Osvaldo Santos, o grupo, antes, surgiu no contexto desportivo, reunindo sportinguistas em São Tomé nos anos 50, mas os fundadores começaram a desaparecer ao longo dos tempos. Anos depois, viu-se a necessidade de batizar o grupo com nome “Leoninos”, após realizarem festas todos os fins de semanas do mês de Abril, mês da cultura em São Tomé e Príncipe.
Atualmente, o grupo tem se destacado pela representação de uma dança, ao estilo da marcha dos santos populares em Portugal, mas também atua no teatro, socopé, entre outros”.
“Em Portugal no dia de São João eles fazem marcha dançando com varas e balões na mão, a dança dos leoninos também é idêntica“, precisou o presidente do grupo, Osvaldo Santos.
A representação é feita ao som dos tambores que ecoam pelas ruas, produzindo ritmos, que são dançados pelas mulheres de pés descalços, vestindo o traje tradicional, enquanto os homem vestem camisas e calças.
Com o compromisso de continuar a preservar a cultura nacional, o grupo planeja novas atividades, levando a arte e a tradição são-tomense para diferentes palcos.
Segundo Osvaldo Santos, apesar das dificuldades, falta de apoio e reconhecimento das autoridades, o grupo mantém-se movido pela paixão e pela dedicação da defesa da cultura nacional.
“Não recebemos nenhum apoio do Ministério da Cultura. Nós é que arcamos com as nossas despesas porque gostamos daquilo que fazemos”, declarou.
O presidente do grupo defendeu que o Estado deveria valorizar mais os grupos culturais, pois são esses que representam a história e a tradição de um povo.
“A cultura é identidade de um país, e o estado tem que olhar para os grupos culturais […] nós somos único grupo que estamos há 70 anos promovendo a cultura desse país”, sublinhou.