O jovem fotógrafo, ilustrador/desenhista são-tomense, Denilson Fernandes, tem somado reconhecimentos em Portugal graças ao seu envolvimento ativo, dedicação académica e talento artístico multifacetado, tornando-se um exemplo de empenho e criatividade dentro e fora do ambiente escolar.
Ao longo da sua trajetória, o jovem construiu um currículo notável. Em 2022 recebeu o prémio de Aluno do Mês de outubro e, em 2023, alcançou três distinções que marcaram o seu percurso, nomeadamente, “Aluno do Ano, Aluno Mais Criativo e Aluno Mais Participativo”, reconhecimento direto do seu empenho e capacidade de envolver-se profundamente em todas as atividades escolares.
Em 2024, foi eleito Aluno do Ciclo, distinção atribuída ao melhor aluno dos três anos letivos.
“Desde a primária até o 11º ano que estudei em São Tomé, sempre me destacava no ramo da arte, principalmente na disciplina da educação visual, sempre tinha as melhores notas, tirava 18 a 20 valores, pelos desenhos que eu fazia, que era bem diferenciado de outros colegas”, contou o jovem, em entrevista à RSTP.
“Os professores sempre iam ao meu grupo para apreciar o desenho. As pessoas paravam de fazer aquilo que estavam a fazer e apreciava os desenhos que eu fazia, então foi daí que começou a minha paixão pela arte”, acrescentou.
Desde cedo, Denilson Fernandes revelou uma imaginação fértil e um talento natural para a criação artística. Enquanto muitas crianças enchiam as ruas de São Tomé em brincadeiras, ele descobria no próprio quarto o espaço ideal para explorar a criatividade que o diferenciava.
“Em São Tomé, eu era sempre criativo. Algumas vezes, em vez de estar a brincar nas ruas com outras crianças, preferia ficar em casa, sozinho, a criar várias coisas artísticas. Fazia colheres de madeira, pegava em barro e construía casas, usava papelão para fazer maquetes… Nunca tive instrução nenhuma, mas criava tudo do nada, porque tinha o desejo de fazer essas coisas”, recordou Denilson Fernandes.
O seu talento ultrapassa a sala de aula. O jovem tem desenvolvido diversos outros trabalhos criativos, sendo frequentemente elogiado pela sensibilidade artística e pela originalidade das suas produções. Exemplo disso, são desenhos tão reais que tem feito, o que tem conquistado o coração de muitos que apreciam.
“Fiz um desenho do Azomé Pinto, e aquilo explodiu. Pessoas em Portugal queriam me patrocinar, gostaram do meu trabalho, comecei a receber vários telefonemas, vários pedidos, e comecei a fazer muito dinheiro em São Tomé com a arte”, revelou.
“Eu recebo várias mensagens de encorajamento, de força, as pessoas incentivam para continuar e não parar com os trabalhos que eu faço”, acrescentou.
Apesar do talento que encontra entre jovens criadores são-tomenses, Denilson Fernandes lamenta que muitos não se sentem motivados a divulgar os seus trabalhos e aponta a falta de valorização artística no país como uma barreira que ainda precisa ser superada.
No entanto, considera que o primeiro passo parte sempre do próprio criador.
“O principal é o jovem mostrar os seus trabalhos. Eu conheço algumas pessoas que falam comigo, mostram-me os desenhos, mas não divulgam ao público. E há também outra verdade por detrás disso, as pessoas de São Tomé e Príncipe, não todas, mas uma grande maioria, não valorizam este tipo de trabalho”, afirmou.
“Aqui em Portugal, o meu trabalho foi muito bem acolhido, mais do que quando estava em São Tomé. Não quero dizer que as pessoas não se aproximavam, muitas gostam do meu trabalho. Mas há alguns grupos que simplesmente ignoram e preferem coisas banais”, lamentou.
Além da fotografia e do desenho, Denilson Fernandes também demonstra interesse pela área de vídeo. Um dos seus maiores objetivos é abrir uma empresa na área audiovisual.
“Na parte de vídeo e fotografia, sonho em criar uma empresa, de forma a continuar o meu trabalho e oferecer serviços profissionais. Quanto à arte, isso está no sangue, faço por prazer e não tenho grandes ambições financeiras nessa área”, explicou.
A combinação entre criatividade e compromisso social fez dele uma presença marcante em vários projetos internacionais.
Como representante da cultura são-tomense, participou num programa educativo na Grécia, apresentou uma dança tradicional de São Tomé e Príncipe em Espanha, e realizou estágios profissionais em Malta e Sevilha, experiências que ampliaram o seu repertório cultural e profissional.
Ao longo da sua trajetória, Denilson Fernandes acumulou diplomas que refletem não apenas o desempenho académico, mas também o seu envolvimento artístico e contributo para iniciativas dentro e fora da escola.
Formado na área da comunicação, o jovem integra a equipa da Câmara Municipal de Óbidos, onde exerce funções ligadas à comunicação institucional, área que combina com naturalidade o seu talento criativo, visão estética e capacidade de produção visual.
Com um percurso marcado por prémios, participação ativa e talento artístico, Denilson Fernandes Andrade afirma-se como um jovem promissor, inspirando a comunidade são-tomense e lusófona a acreditar que dedicação e criatividade podem abrir caminhos extraordinários.