Violência Obstétrica e a Perda precoce de um filho (parte 1)

(…) partilham experiências vividas na sequência da Gestação e/ou Maternidade.

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Doriana Viana

Doriana Viana

O programa “Mãe para mim, Mãe para ti”, é um espaço dedicado a Mães. Nele, Lecticia Trindade (apresentadora ), recebe pessoas que partilham histórias de vida.  O principal objetivo é, munir as Mães de ferramentas necessárias para que possam passar e ultrapassar certas situações que são recorrentes e transversais no âmbito da Maternidade.

A nossa última convidada revelou uma história  triste, mas simultaneamente, de superação. Doriana Viana, partilhou a sua história, com o tema “ O meu filho partiu, após 9 meses de Luta”. 

Antes de nos apresentar este triste desfecho (perda do filho), Doriana Viana contou-nos que foi vítima de Violência Obstétrica. 

Já ouviu falar nesse termo? Tem ideia de quantas mulheres são vítimas desse tipo de violência, em todo o mundo, todos os dias? Sabia que esse tipo de violência já é crime punido por lei? 

Se respondeu “não” a todas as questões anteriores, não se preocupe, porque não é o único. A grande maioria das pessoas, desconhece a existência oficial desse tipo de crime. 

Lembra-se de ter ouvido alguém  comentar que, o profissional de saúde que lhe fez o “toque “, para avaliar o nível de dilatação, fê-lo com tanta força ou de forma tão brusca/bruta  que provocou hemorragia ou que sentiu que estivesse a ser “violada”?

Recorda-se de, durante o trabalho de parto, estar a gritar pelas dores que sentira e o profissional dizer “ …está a gritar, porquê? Na altura de fazer, não gritou..”.

E aquela amiga que disse que lhe foi recusada a presença do companheiro durante o trabalho de parto e o parto, sem motivo aparente…?

Também temos situações em que nos é “exigido” sermos submetidas a determinado exame, sem nos darem acesso prévio às informações relativas; riscos associados ou até mesmo, com a privação da opção de escolha. 

E temos ainda aquela situação em que, nos momentos de exames ginecológicos, ou mesmo no momento do parto (natural ), em que nos encontramos em grande exposição corporal e enorme vulnerabilidade, colocam “uma mão cheia” de estagiários ao nosso redor, quando, muitas das vezes, alertamos para que isso não seja feito…!

Estes são alguns exemplos de uma panóplia de manifestações características de Violência Obstétrica. 

Segundo associacaogravidezeparto.pt “ A Associação Portuguesa pelos Direitos da Mulher na Gravidez e Parto (APDMGP) vai assinalar o dia 25 de Novembro – Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres – com o lançamento da campanha “Pelo Fim da Violência Obstétrica”, apelando a um parto respeitado para todas as mulheres.

Agradecemos a esta convidada (Doriana Viana) por nos ter alertado e criado a necessidade de alertarmos a outras Mães porque esta violência é recorrente, mas feito muitas vezes, de forma silenciosa.

Chega de justificarmos com “Talvez o profissional não estivesse nos seus melhores dias…”, ou “Talvez eu tenha merecido ouvir o que ouvi, porque gritei em demasia…”, ou ainda, “ ..não me foi explicado todos os riscos e todas as informações inerentes àquele exame, porque nem sou da área de saúde e talvez o profissional pensou que eu não iria entender..”

CHEGA!!!! Chega de justificar o injustificável. A Violência Obstétrica é crime e não posso ficar calada ao ser vítima ou ao ver outras Mulheres passarem por isso! 

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