Com “bebé de duas cabeças” mãe foi obrigada a ter alta e indicada para “dar paracetamol” a criança. Pais querem ajuda.

“Quando ela chora demais eu levei ela para hospital Doutora só disse-me para dar ela paracetamol. Até data como hoje Doutora disse que ia ligar, Doutora não ligou para saber como a bebé está”

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bebé deformado

Uma mãe foi obrigada a ter altas no Hospital Doutor Ayres de Menezes, em São Tomé e Príncipe, com uma bebé nascida com má formação congénita. Foi há seis meses que a menina nasceu com uma deformação na cabeça. Aparentemente tem “duas cabeças” e médicos recomendaram “junta médica urgentes.”

A criança nasceu em fevereiro e a mãe conta que ficou “internada com ela durante dois meses. Devido essa pandemia Doutor disse que não tem como sair com ela de São Tomé.” Os médicos decidiram dar-lhe alta, mas dado o estado da criança a mãe não quis aceitar. “Não dá para Doutora dá-me alta com bebé desse jeito,” respondeu a mãe aos médicos que mantiveram a decisão.

No dia 11 de maio a mãe voltou ao hospital e outra vez no dia 8 de junho. “Doutora disse para eu não levar ela para consulta mais.. Só se ela [a bebé] estiver a chorar demais ou se ela tiver febre e tosse.” Segundo os pais a bebé chora a todo o momento e quase que não dorme. A deformação na cabeça “cheira mal” por isso apesar da recomendação da médica para não voltar ao Hospital os pais voltaram, mas dessa vez também não foi diferente. “Quando ela chora demais eu levei ela para hospital Doutora só disse-me para dar ela paracetamol. Até data como hoje Doutora disse que ia ligar, Doutora não ligou para saber como a bebé está.”

Desde março que a bebé tem junta médica para ser tratada fora do país. “Eles levaram um papel, eu assinei. Médico disse que junta dela é urgente.” Sem respostas e sem seguimento médico, procuraram formas de conseguir ajuda. Contam que falaram com o Ministro da Saúde, Edgar Neves. “Eu já fui ao Ministro da Saúde,” revelou o pai da menina adiantando que “senhor tirou a fotografia, fez a fotocópia de ficha de nascimento dela mais o bilhete de identidade” e prometeu ligar, mas não o fez. “Eu esperei, esperei que o senhor ia me ligar e senhor não me ligou, eu fui até lá conversei mais uma vez.” Depois de idas e voltas ao ministério “senhor ministro manda a secretária do senhor me dizer que o documento dela [a bebé] já está na embaixada. Desde que o senhor ministro disse isso eu já não fui ao encontro do senhor.”

Perante o desespero o pai da bebé recorreu a Televisão Santomense para pedir ajuda, mas não tiveram espaço na única televisão do país. “Eu fui a TVS duas vezes e num certo momento eu queria deixar a bebé lá.” Segundo o pai, os jornalistas da TVS “disseram eles que podem me entrevistar agora, mas se o diretor não permitir é mesma coisa que nada.”

Face ao bloqueio na Televisão Santomense recorreram ao canal AndaPligo, um canal online dos ativistas santomenses Abel e Pindó que visa “dar voz àqueles que nós entendemos que são os mais desfavorecidos,” segundo explicou o Abel Bom Jesus apelando a ajuda dos seus seguidores para partilhar a entrevista.

“Eu peço que se tem alguém que quer me ajudar, para ajudar-me com a minha filha para ela ir para fora mais rápido possível” apelo da mãe.

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