Cabo Verde e São Tomé e Príncipe ativam comissão mista para “nova era” de cooperação

O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, e o seu homólogo são-tomense, Jorge Bom Jesus, acordaram a realização, até janeiro do próximo ano, da primeira reunião da comissão mista, em Cabo Verde, para alinhar políticas para a “nova era” de cooperação político-diplomática entre os dois países.

Lusofonia -
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O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, reuniu-se com o seu homólogo são-tomense, Jorge Bom Jesus, no âmbito da visita oficial de 5 dias que realiza a São Tomé e Príncipe para relançar a cooperação bilateral.

Ulisses Correia e Silva anunciou uma “nova era” de cooperação entre os dois países, e convidou Jorge Bom Jesus para uma visita oficial a Cabo Verde, ainda este ano ou em janeiro de 2022, para a comissão mista para avaliação dos programas em curso e “lançar novos programas de desenvolvimento e de cooperação”.

A comissão mista em Cabo Verde também vai permitir “trabalhar diretamente com os parceiros a nível da cooperação tripartida” e com os investidores e as câmaras do comércio que podem “criar dinâmicas de investimentos também em São Tomé [e Príncipe]”, disse Correia e Silva.

O chefe do Governo cabo-verdiano destacou que “São Tomé [e Príncipe] é um país especial para Cabo Verde”, por “razões de história e laços de sangue” que ligam os dois povos há muitos anos, “por razões de sobrevivência”.

Já o primeiro-ministro Jorge Bom Jesus destacou que “São Tomé e Príncipe e Cabo Verde têm várias afinidades”, realçando o facto de serem “pequenos Estados insulares” e terem “laços muito fortes de consanguinidade, cultura e história” desde o período colonial e da luta pela independência.

Jorge Bom Jesus referiu que é chegado o momento para “alinhar políticas e ações” e sair de uma “cooperação de elites e diplomatas para um relacionamento das pessoas”, de “maior confiança e maior pragmatismo” para resolver os “problemas gritantes das populações”.

“Nós temos aqui uma vasta área de cooperação desde a educação, o emprego, as novas tecnologias, áreas dos transportes marítimos e aéreos, o relançamento do tecido empresarial, a segurança alimentar”, enumerou Bom Jesus, acrescentando que a comissão mista vai permitir “sistematizar os projetos e encontrar as melhores vias” para a sua execução.

O governante são-tomense disse que quer “aproveitar também a vasta experiência de Cabo Verde” ao nível do turismo, das tecnologias de informação e comunicação, cultura e “da graduação para país de rendimento médio”.

Ulisses Correia e Silva, que já esteve em São Tomé e Príncipe em 2018, assegurou que Cabo Verde tem “a mesma vontade reforçada” em fazer com que ainda este ano os dois países possam “marcar uma nova era” nas suas relações.

De esquerda para direita: Jorge Santos, Ministro das Comunidades, Primeiro Ministro de Cabo Verde, José Ulisses Correia e Silva, Embaixadora de CV em STP, Deotina de Carvalho.

No futuro próximo, acrescentou, “vão ser aumentadas verbas e recursos” para beneficiar mais jovens são-tomenses e cabo-verdianos que residem em São Tomé e Príncipe, “para terem acesso a formação profissional” no âmbito da cooperação com Luxemburgo.

O governante cabo-verdiano defendeu maior aposta em “programa de cooperação tripartido” entre Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e outros parceiros, revelando que um destes programas já está “em processo de negociação avançada com a Espanha”.

“Lá onde está Cabo Verde estará São Tomé e parceiros que nos possam ajudar a desenvolver projetos que vão ao encontro das nossas necessidades de desenvolvimento”, defendeu Correia Silva, considerando que as necessidades “estão devidamente identificadas e são semelhantes”.

Além do encontro com o seu homólogo, Jorge Bom Jesus, Ulisses Correia e Silva foi recebido na Assembleia Nacional pelos líderes das bancadas parlamentares e no final da tarde encontrou-se com o Presidente da República cessante, Evaristo Carvalho.

À margem da sua agenda oficial, o primeiro-ministro cabo-verdiano encontrou-se também com Presidente eleito de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova.

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