São Tomé e Príncipe precisa de mais de 12 ME para recuperar pontes danificadas pelas chuvas torrenciais

Segundo o diretor do INAE, Gabdulo Quaresma, o valor estimado é “provavelmente muito acima” dos 12 milhões de euros que serão afetados apenas para intervenções em cerca de 10 pontes e estradas e para a limpeza das montanhas e rios na região norte do país.

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O Instituto Nacional de Estradas de São Tomé e Príncipe anunciou, na quinta-feira, que serão necessários mais de 12 milhões de euros para a reconstrução de cerca de 10 pontes e estradas danificadas pelas chuvas intensas em dezembro.

“Nós estimamos acima de 12 milhões de euros – provavelmente muito acima”, apenas para intervenções nestas estruturas, precisou o diretor do Instituto Nacional de Estradas (INAE), Gabdulo Quaresma, após uma apresentação feita pelos técnicos desta instituição durante a sessão do Conselho de Ministros na quinta-feira.

Trata-se do primeiro diagnóstico financeiro apresentado pelas equipas técnicas setoriais que estão no terreno a contabilizar os prejuízos causados pelas enxurradas que abalaram São Tomé e Príncipe nos dias 27 e 28 de dezembro e que causaram a morte de duas crianças.

“Nós ao nível de infraestruturas rodoviárias, estimamos intervenções em estradas e pontes”, explicou Gabdul Quaresma, realçando que também serão feitas intervenções nas “montanhas que estão nas margens das estradas onde se verificam muitas derrocadas” e ainda “limpeza dos rios na região norte do país”.

O responsável do INAE afirmou que desde 2009 que foi realizado um estudo em que se constatou a “necessidade de intervenção em todas as pontes do país, num total de 166 pontes” considerando “a situação crítica em que elas se encontravam e que poderiam colocar em causa a segurança quanto a circulação de pessoas e mercadorias”.

Esta necessidade de reparação tornou-se mais necessária “face às intempéries, estando previsto fazer intervenção em cerca de 10 pontes para que seja reposta a circulação entre as comunidades”.

Gabdul Quaresma realçou que “estas obras são urgentes”, mas as intervenções serão feitas mediante concurso, tendo em conta a experiência da instituição “em relação a outros problemas que já se verificaram” e a “própria lei de licitação”.

O distrito de Lembá, no norte da ilha de São Tomé, foi o mais afetado pelas enxurradas que causaram maior nível de destruição em várias pontes e na estação de tratamento de água potável da cidade de Neves, capital do distrito. Há pelo menos três comunidades deste distrito sem ligação rodoviária e sem água potável desde 28 de dezembro.

Apesar da urgência na reconstrução e reabilitação destas infraestruturas, o Governo são-tomense afirmou que não tem meios financeiros para resolver a situação por isso apelou à ajuda da comunidade internacional através de um fundo solidário.

O início das obras está condicionado a mobilização de recursos financeiros, mas o diretor do INAE adiantou que a conclusão e entrega das mesmas “vai demorar pelo menos seis meses”, após o início dos trabalhos.

Além de danificar pontes e estradas, as fortes chuvas que caíram em São Tomé e Príncipe destruíram várias habitações, o centro de tratamento de água da cidade Neves, além de terem feito avultados prejuízos nos setores da agricultura, comércio e sociais que estão ainda a ser contabilizados.

“Os pedidos de socorro das nossas populações e da sociedade civil esbatem-se num muro de silêncio, quando o nosso ambiente é deixado à fúria avassaladora dos homens, para os quais não há limites à sua atuação”, sublinhou, o Presidente da República na sua mensagem à Nação por ocasião do ano novo.

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