Colaboradores das rádios comunitárias ameaçam greve por falta de subsídios há 1 ano

“Estamos à espera do nosso subsídio há aproximadamente um ano, o qual tivemos a garantia do Governo de São Tomé e Príncipe”, lê-se na carta enviada ao executivo.

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Rádio Somos Todos Primos

Os colaboradores das quatro rádios comunitárias de São Tomé ameaçam paralisar serviços a partir da próxima semana, se o Governo não pagar os subsídios em atraso há um ano, refere uma carta enviada ao executivo.

“Se até quarta-feira, 19 de janeiro de 2022, não formos pagos, não teremos outra alternativa senão interromper a emissão em todas as rádios comunitárias operantes no país até que a nossa situação seja resolvida,” lê-se na carta reivindicativa, datada de terça-feira, a que a RSTP teve hoje acesso.

O documento foi endereçado ao secretário de Estado para a Comunicação Social são-tomense, Adelino Lucas.

Cerca de 40 colaboradores garantem o funcionamento das rádios comunitárias instaladas em São Tomé a título voluntário. Em meados de 2020 o Governo são-tomense assumiu a tutela das estações e prometeu o pagamento de um subsídio trimestral equivalente a 3 mil dobras (cerca de 40 euros) que foi pago uma única vez, em janeiro de 2021.

 “Até à presente data não se está a cumprir com a promessa feita”, denunciam os colaboradores das rádios comunitárias, referindo que já foram realizados vários encontros com o secretário de Estado para a Comunicação Social, e com o próprio ministro da tutela, Wuando Castro, tendo os dois garantido que o valor em atraso seria pago em dezembro de 2021, mas “mais uma vez não foi cumprido”.

“Estamos à espera do nosso subsídio há aproximadamente um ano, o qual tivemos a garantia do Governo de São Tomé e Príncipe”, lê-se na carta.

Os colaboradores das rádios comunitárias instaladas no país referem que têm estado a empreender esforços no “sentido de manter funcionais estas estações de modo que elas continuem a exercer o seu importante papel no que diz respeito às ações de sensibilização, principalmente no tempo da pandemia covid-19” e “na difusão de uma diversidade de informações com o propósito de contribuir para desenvolvimento” do país.

Todas as rádios comunitárias contam com o apoio material das agências das Nações Unidas instaladas em São Tomé e Príncipe, a quem os colaboradores endereçaram cópia da missiva enviada ao Governo.

Na semana passada, também o presidente do Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação anunciou a paralisação de todos os órgãos estatais de comunicação social se o Governo não confirmar a entrada em vigor do estatuto de carreira dos jornalistas e técnicos deste setor em final de janeiro.

“No final de janeiro, se não encontrarmos uma das nossas reivindicações que o próprio ministro [da Comunicação Social] disse que vai ser resolvida em janeiro, nós não vamos pedir mais nenhuma negociação, senão, pura e simplesmente, entrar em greve”, disse Hélder Bexigas.

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