Doenças hídricas aumentam em Lembá por falta de água potável há mais de dois meses

“Nestas últimas semanas temos registo de três casos por semana, num total de doze casos por mês, precisou o delegado de saúde de Lembá, Tomé Lima.

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Lembá

As fortes chuvas registadas no país em dezembro do ano passado e início de março deste ano, causaram a destruição do centro de tratamento de água da cidade de Neves, levando a maioria da população do distrito de Lembá a consumir água do rio sem qualquer.

“Nós estamos quase dois meses a consumir água do rio sem nenhum tratamento e ninguém diz nada e não faz nada. Espero que o Governo veja a nossa situação e nos tira desta crise”, apelou a presidente da Associação das Paleiês do distrito de Lembá, Filomena Roque.

Manuela Fernandes, uma das moradoras da cidade de Neves disse que o seu filho de oito anos “sofre de infeção urinária [devido o consumo de água] desde o mês de dezembro que houve cheias”.

“Por, mais que nós não queremos, temos que beber esta água do rio, porque nem sempre temos dinheiro para comprar água potável para beber”, disse Edmisia das Neves, outra moradora.

A falta de água potável também tem condicionado as atividades do Projeto Integrado de Lembá.

“Temos mais de duas mil pessoas ao nosso cuidado. Precisamos de água para tudo. As crianças aparecem aqui com diarreia e vómito e nós temos que mandá-las para casa”, revelou a gestora do projeto, Irmã Lúcia Cândido.

O médico e delegado da área de saúde de Lembá, Tomé Lima, acredita que os casos das doenças de origem hídrica no distrito não irão atingir o pico, mas aconselha a população a “ferver água”.

“Só nos resta sensibilizar as pessoas a ferverem a água, mas elas ainda não o fazem e nestas últimas semanas temos registo de três casos por semana, num total de doze casos por mês, mas isso não é de se estranhar”, precisou Tomé Lima.

As enxurradas do mês de dezembro do ano findo, e do mês de março deste ano, tem causaram inundações, nas escolas, tribunal, incluindo no centro de saúde de Lembá, tendo deixado as estradas intransitavéis devido o acumular de lamas.

Por: Amedy das Neves

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