O Movimento Basta apresenta-se às eleições legislativas sem candidato a primeiro-ministro, com o atual coordenador, Salvador dos Ramos, a mostrar-se disponível para chefiar o Governo, em caso de vitória no próximo dia 25.
“Constitucionalmente, as eleições legislativas, elas não são eleições para eleição do primeiro-ministro […] são para eleição de deputados, e o partido que consegue maior número de mandatos terá a prerrogativa/responsabilidade de indicar a figura de primeiro-ministro”, explicou Salvador dos Ramos, em conferência de imprensa na quinta-feira.
O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo do ex-primeiro-ministro (2014-2018) Patrice Trovoada acrescentou que “o movimento Basta acha que a partir de um certo momento” da história recente do país, “tentou-se vincular certas figuras ao cargo de primeiro-ministro”, mas, até que seja decidido o contrario, o Basta só indicará a figura se for chamado pelo Presidente da República após as eleições.
“O Basta é um movimento com muitas personalidades com capacidade, com perfil para chefiar o governo”, sublinhou o coordenador do Basta, mostrando-se disponível para ocupar o cargo.
“O movimento Basta, se assim decidir, será”, afirmou Salvador dos Ramos.
O movimento foi oficializado em junho como “alternativa” à bipolarização da política são-tomense entre o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD), de Jorge Bom Jesus, que lidera o atual governo são-tomense, e a Ação Democrática Independente (ADI, oposição), de Patrice Trovoada.
Na altura, o movimento anunciou a realização de uma convenção para eleição dos seus órgãos, mas tal não aconteceu até ao momento.
“O Basta continuará a agir de forma coletiva, tendo à testa um coordenador”, disse Salvador dos Ramos.
Aderiram ao Basta o Partido de Convergência Democrática (PCD) e os seus dirigentes, incluindo o presidente da Assembleia Nacional, Delfim Neves, bem como o ex-secretário-geral da ADI e vice-presidente da Assembleia Nacional, Levy Nazaré, e outros militantes e dirigentes, sobretudo do PCD e da sociedade civil.
“Entendemos o Basta como algo que veio para fazer rotura […] Basta é para por um basta, basta significa romper com os vícios do passado que ainda corroem muito o Estado, as instituições do Estado e a vida dos cidadãos”, sublinhou Salvador dos Ramos.
O coordenador e porta-voz do Basta desvalorizou alegados conflitos ou descontentamento de dirigentes do PCD que aderiram ao movimento.
“Todas as organizações, em momentos pré-eleitorais, momentos eleitorais, há momentos em que os pontos de vista podem não ser tão coincidentes. Isso não significa que haja um conflito que impeça que o movimento prossiga os seus paços rumo à vitória”, explicou.
Para as eleições de 25 de setembro, o movimento Basta concorre apenas nas legislativas e autárquicas.
“Em relação à Região Autónoma do Príncipe, o Basta não vai concorrer para a eleição ao nível da região”, disse o coordenador do movimento Basta, sublinhando que também não vão apoiar nenhuma das duas candidaturas que concorrem à Assembleia Regional.
Dez partidos e uma coligação que vão concorrer às eleições legislativas de São Tomé e Príncipe: Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe / Partido Social Democrata (MLSTP/PSD), Ação Democrática Independente (ADI), Basta, Movimento Democrático Força da Mudança/União Liberal (MDFM/UL), União para a Democracia e Desenvolvimento (UDD), CID-STP, Movimento Unido para o Desenvolvimento Amplo (Muda), Partido Novo, Movimento Social Democrata/Partido Verde de São Tomé e Príncipe (MSD-PVSTP), Partido de Todos os Santomenses (PTOS) e a coligação Movimento de Cidadãos Independentes/Partido Socialista/Partido da Unidade Nacional.
Na ilha do Príncipe concorrem a União para Mudança e Progresso do Príncipe (UMPP) e a coligação Movimento para o Desenvolvimento e Progresso do Príncipe e o MLTP (MVDP)/Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe / Partido Social Democrata (MLSTP/PSD).
