Investidor quer comprar banco, criar refinaria de ouro e gerar mais de 5 mil empregos em São Tomé e Príncipe

Economia -
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O grupo Bullion Bank aguarda a aprovação do Banco Central para comprar o Energy Bank, de São Tomé e Príncipe, e instalar no país uma refinaria de ouro e outros minérios, projetos na banca e turismo e construir estradas e habitações, criando cerca de 5 mil postos de empregos, com salário superiores a mil dólares, disse à RSTP um responsável.

“Nós investimos em grandes projetos, principalmente no ramo de mineração, de petróleo, construção civil e desenvolvimento do país. O Bullion também opera como fiador de fundos internacionais, tanto bancário como privados que investem em países em desenvolvimento, e dá garantias em ouro para os investidores como o próprio FMI [Fundo Monetário Internacional], bancos privados e empresários”, disse à RSTP o diretor-geral do grupo para a América do Sul, Gabriel Peruzzolo.

Segundo o responsável, o Bullion Bank tem 32 mineradoras, e atua como banco digital no Brasil e nos Estados Unidos, e na África como fundo privado de investimento em Angola, Congo, Gana, onde investe na tecnologia para funcionar nestes países através de internet via satélite.

De acordo com Peruzzolo, o grupo é uma instituição privada de investimento e com sede em três continentes (América, Europa e Ásia), operando nos ramos da construção, energia, tecnologia, mineração, entre outros.

“O nosso projeto é abrir um banco em São Tomé e Príncipe, casado com uma grande refinaria de ouro. Ou seja, nós levamos ouro de mais de 12 países do continente africano, para ser refinado na nossa refinaria Bullion Gold [em São Tomé], que vai fazer a custódia do nosso banco Bullion Bank”, explicou o empresário brasileiro.

O representante esclareceu que a escolha de São Tomé e Príncipe se deve a “uma questão estratégica, por segurança também pelo facto de ser uma ilha” e por se situar próximo de países onde o grupo já tem investimentos.

“Apesar de ser um banco físico, nós vamos operar em toda a ilha de São Tomé e Príncipe como banco digital, pelo facto de nós já termos todo o sistema a funcionar. Já temos um pacote de internet via satélite muito bom que cobre toda a ilha. Nós temos alguns projetos dentro do banco para fornecer todos os produtos como cartões, máquinas ‘POS’ para o mercado e para a população e a internet para os utilizadores do banco vai ser gratuita”, acrescentou.

Explicou ainda que grupo pretende criar 20 empregos diretos no banco e cerca de 40 na refinaria, com salários equiparados aos da Europa.

“Um funcionário para a refinaria teria um salário superior a mil dólares por mês […] o salário dentro do Banco também seria em dólares e seria comparado com a realidade da Europa”, assegurou.

Além disso, promete projetos para o setor da educação, turismo, energia renovável, e construção de estradas e de mais de cinco mil casas, que, antecipa, poderão criar cerca de cinco mil vagas de emprego.

No entanto, todos os projetos estão condicionados à abertura do banco, cujo processo se encontra no Banco Central há mais de três meses a aguardar a autorização da compra do extinto Energy Bank STP.

Gabriel Peruzzolo disse ter sido informado pelo Banco Central que o projeto estava aprovado e aguardava apenas a assinatura do então governador da instituição, Américo Barros, entretanto exonerado a 01 de dezembro.

“O nosso projeto era que até dia 30 de dezembro já estaríamos ativos, já estaríamos recebendo empresários e projetos de São Tomé […] foi solicitado [pela anterior administração do Banco Central] uma prova de fundo da existência de 7 milhões [de euros] e o Bullion apresentou um capital de 20 milhões”, adiantou o investidor.

Fonte da nova administração do Banco Central, liderada por Américo Ramos, disse à RSTP que há várias manifestações de interesse para aquisição do Energy Bank e que os processos foram mandados pelo novo governador da instituição “ao setor da supervisão para reconstruir todos esses dossiês e submeter ao Conselho de Administração no início do ano”.

“Pegar tudo o que foi feito e voltar para trás, isso até passa para o FMI ou para grandes bancos como um retrocesso, porque em qualquer país de primeiro mundo, teria seguido, teria sido assinado, teria sido aprovado porque não é abertura de um banco novo, é simplesmente a venda de um que já existe”, lamentou o representante do Bullion Bank, admitindo que a demora na finalização do processo tem condicionado o interesse do grupo em continuar com o projeto para São Tomé, afirmando que têm recebido “solicitações de outros países que querem receber este investimento”.

Gabriel Peruzzolo assegurou que têm toda a estrutura para instalar o Bullion Bank em São Tomé e em 15 dias poder registar os primeiros clientes, aproveitando os sistemas tecnológicos do extinto Energy Bank.

“Nós trabalharemos com produtos que hoje já operamos no mercado internacional, principalmente na parte de empréstimo para empresas de médio e grande porte e também financiamento para projetos de habitação, aquisição de veículos e aeronave, a parte de fomento, talvez construir um porto em São Tomé, que eu mesmo analiso com um projeto bem ambicioso porque o Brasil é um dos maiores exportadores para o continente africano”, disse.

A refinaria seria inaugurada até final de janeiro, passando a fazer parte das estruturas do grupo que “diariamente refina mais de 100 quilos, equivalentes a mais de 10 milhões de dólares [9,30 milhões de euros] por dia”.

Segundo Gabriel Peruzzolo o Bullion Bank tem até 50 milhões de dólares [46,6 milhões de euros] para emprestar ao Estado para financiamento de projetos de desenvolvimento.

“Nós podemos emprestar ao Governo 20 milhões de dólares [18,6 milhões de euros] com o mesmo prazo do FMI, com o mesmo juro do FMI”, exemplificou.

“São Tomé e Príncipe, pelo facto de ser pequeno, é muito fácil de transformar num segundo Dubai. A questão não é financeira, possuímos fundos privados e bancários. A questão é: será que o Governo tem interesse?”, perguntou o empresário.

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