Cerca de 900 professores sem salários há cinco meses pedem o governo que “cumpra obrigação”

São mais de 870 professores distribuídos em todos os distritos do país que lecionam desde o ensino básico ao secundário.

País -
Rádio Somos Todos Primos

Cerca de 900 professores são-tomenses, contratados no início da pandemia da covid-19, estão há cinco meses sem salário e apelam ao Governo que “cumpra a sua obrigação” de pagamento para aliviar “a situação difícil” em que se encontram.

“São professores formados, são chefes de famílias, têm necessidades, têm contas para pagar como qualquer outro funcionário. Não imagina como é ficar cinco meses sem pelo menos uma dobra [moeda são-tomense] na mão. Isso é muito difícil, é lamentável e é muito vergonhoso”, disse à RSTP o porta-voz do grupo, Adilson Esperança.

São mais de 870 professores distribuídos em todos os distritos do país que lecionam desde o ensino básico ao secundário. Desde a primeira contratação, em 2020, os salários foram pagos com atrasos de cerca de seis meses, e segundo o porta-voz do grupo, os atrasos repetiram-se no início de cada ano letivo sob a justificação de morosidade do processo de renovação contratual.

 “Quando há essa morosidade por parte dos colegas não pode justificar o [atraso] para aqueles que já assinaram o contrato, uma vez que até então existem pessoas que ainda não assinaram o contrato”, comentou o porta-voz.

Adilson Esperança liderou uma representação dos novos docentes que se reuniu com a ministra da Educação, Cultura e Ciências, Isabel Abreu, no início de janeiro, tendo apelado ao Governo para “encetar os esforços” para pagar os salários em atraso no fim deste mês.

“Há pessoas que infelizmente têm de pagar transporte de um distrito para outro todos os dias para trabalhar e não imaginam como estes professores têm estado a fazer esforços para conseguir estar nos seus setores de trabalho todos os dias para não faltarem, então pedimos que o Governo faça também o seu papel, faça cumprir com as suas obrigações, pagando-nos aquilo que nós realmente temos direito”, disse Adilson Esperança.

Além dos atrasos salariais, o porta-voz do grupo de professores levou à ministra da Educação as preocupações sobre um anúncio do ministro das Finanças, Génesio da Mata, feito em dezembro, sobre a necessidade de rescisão contratual com elementos do grupo como parte de medidas de redução de despesas do Estado.

Segundo Adilson Esperança, a ministra da Educação garantiu “que os professores contratados não serão despedidos”, sendo que aqueles que não têm formação pedagógica serão orientados a frequentar a referida formação.

O porta-voz do grupo adiantou ainda que o novo contrato assinado a partir do presente ano letivo prevê a renovação automática a partir dos próximos anos letivos, evitando os atrasos salariais verificados nos últimos anos.

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