”Igreja Mantinal” – A nossa cultura não pode morrer por aqui!

João Taraveira vulgo ”Igreja Mantinal” com mais de 40 anos de serviço prestado ao estado São-tomense, recebe mensalmente uma reforma de  700 mil dobras, equivalente a 28 euros.

Cultura -

Para Igreja Mantinal  é inadmissível uma pessoa que presta tantos anos de serviço ao estado são-tomense  e  trabalha  em prol do desenvolvimento e promoção da cultura são-tomense, chegar a esta idade e receber apenas este valor. Por esta razão, o mesmo pediu uma audiência com o Ministro da Cultura, onde propôs trabalhar durante as férias escolares, assim, para além de transmitir a cultura aos mais novos, o mesmo obtém mais rendimentos. Este pedido ainda continua em fila de espera.

O grande ator são-tomense de 74 anos João da Conceição Sousa Taraveira, nasceu 9 de junho de 1942 em São Tomé. Aos 14 anos entrou para o mundo do teatro por intermédio dos Senhores Mêndala e Aspicío do “Grupo Formiguinha de Boa Morte”. Já  “Igreja Mantinal” entrou em cena pela primeira vez no grupo carnavalesco “Caço de Tema”, onde nunca mais largou esta profissão.

Ator são-tomense de 74  anos  vulgo “Igreja Mantinal”

O ator são-tomense leva na sua bagagem uma experiência única, a conta das diversas participações da qual fez parte, como é o caso do teatro Tchiloli, Tragédia de Formiguinha, Grupos Folclóricos, Tuna e muitos outros.

O ilustre mestre da cultura são-tomense  João Taraveira, apelou ao Ministério da Cultura a introdução do teatro nas férias escolares, defendendo que seria uma grande oportunidade de transmitir o testemunho aos mais novos, e assim despertando a curiosidade aos mais novos para este mundo. “Igreja Mantinal” defende a necessidade de não deixarmos as línguas crioulas de São Tomé e Príncipe perderem-se ao longo do tempo e da história, pois é importante preservarmos  a nossa cultura e tradição as gerações vindouras.

Para além de ator, o mesmo contou-nos que é cantor, produtor e compositor, mas por falta de meios financeiros, muitos não conhecem estas vertentes. Apesar de escrever diversas  “Soais, Histórias, Soaia de Damála”, ainda não escreveu nenhuma  peça teatral.

No ano 2016 ficou durante um mês no Brasil, onde esteve a representar a cultura são-tomense além-fronteiras. O mesmo aconteceu em 1988 em Angola, onde esteve com o grupo Tchiloli Formiguinha, em 2008 onde fez uma pequena tour por diversos países da Europa. No auge dos seus 74 anos, o ator são-tomense continua a representar peças teatrais na televisão são-tomense.

 

RepórterVânia Lima
CameraMan: Hamilton Rita

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