O evento, que foi marcado pela exibição do filme Invictus e acompanhado de um momento de reflexão, foi organizado pelos membros da academia UBUNTU de São Tomé e Príncipe e contou com a presença de outros participantes, a Dra Leila Quaresma, diretora do Centro Cultural Brasil São Tomé e Príncipe , que frisou a importância do evento e a necessidade do surgimento de mais “Madiba”.
O filme retrata o momento pós-Apartheid na África do Sul, retratando o momento em que Mandela é libertado da prisão e, posteriormente, eleito presidente do país que, mesmo depois de conhecer o fim do Apartheid, ainda eram sentidas várias marcas da segregação racial.
“Nós organizamos esta atividade porque apercebemos que o dia estava passando despercebido no país. Neste sentido, dado a importância da figura de Nelson Mandela para os africanos e para o Mundo, decidimos realizar esta atividade como um momento de reflexão seguido de um debate afim de despertar a consciência da sociedade são-tomense, principalmente os nossos jovens, da necessidade de preservarmos e colocarmos em prática os legados deixados pelo Mandela. Entendemos que é a hora de, mais do que falar, praticar e disseminar os bons exemplos de liderança que podemos retirar do MADIBA.” Palavras proferidas por Josimar Afonso, organização.
O mesmo continuou realçando o exemplo inspirador deixado pelo Nobel da paz, através dos seus atos dizendo que:
“Mandela é e será sempre um grande líder inspirador e pelo exemplo e legado deixado tornou-se uma fonte de inspiração para todos aqueles que se dedicam aos serviços públicos, e não só, e pretendam ter êxitos nas suas atividades de liderança“.
Para nós jovens da academia UBUNTU de STP, que acabamos de ser unidos pelos ensinamentos e ideais, ele assume um protagonismo ainda maior. De acordo com a organização, “o balanço da atividade foi extremamente positivo, na medida em que o principal objetivo, que era não deixar passar despercebido a data em STP, foi alcançado.
Por outro pudemos sentir o reativar das energias dos participantes. Queremos ser pontes, para que, com esses pequenos gestos possamos despertar um pouco de Mandela que há em nós.”
Nelson Mandela nasceu em Mvezo, África do Sul, no dia 18 de julho de 1918. Nascido em uma família de nobreza tribal, da etnia Xhosa, recebeu o nome de Rolihiahia Dalibhunga Mandela. Em 1925 ingressou na escola primária, onde recebeu da professora o nome de Nelson, em homenagem ao Almirante Horatio Nelson e aos nove anos, com a morte do seu pai, Mandela foi levado para a vila real, onde ficou aos cuidados do regente do povo Tambu. Entrou na escola preparatória Clarkebury Boarding Institute, um colégio exclusivo para negros, onde estudou cultura ocidental.
Em 1939, Mandela ingressou no curso de Direito, na “Universidade de Fort Hare”, primeira a ministrar cursos para negros. Por se envolver em protestos, junto com o movimento estudantil, contra a falta de democracia racial na instituição, foi obrigado a abandonar o curso. Mudou-se para “Joanesburgo”, onde se deparou com o regime de segregação Racial.
Em 1943, concluiu o bacharelado em Artes pela Universidade da África do Sul e fez Direito, por correspondência, na universidade de Fort Hare. Mais tarde receberia o título de “Doutor Honoris Causa”, na tentativa de compensar a sua expulsão.
A segregação racial, a falta de direitos políticos e civis e o confinamento dos negros em regiões determinadas pelo governo branco provocava a luta clandestina do negro.
O principal instrumento de representação política desses negros era o Congresso Nacional Africano (CNA), cujo líder maior era Nelson Mandela. Em 1944, junto com Walter Sisulo e Oliver Tambo, fundou a Liga Jovem do CNA. Nesse mesmo ano casou-se com Evelyn Mase, com quem teve quatro filhos. Em 1956 o casal se separou. Em 1958 casou-se com a militante anti-apartheid, Winnie Madikizela, de quem viria a se separar em 1992.
Em 1960, centenas de líderes negros foram perseguidos, torturados, presos, condenados e assassinados. Entre eles estava Mandela. Preso em 1962, foi condenado em 1964 à prisão perpétua. Na década de 80, intensificou-se a condenação internacional ao apartheid que culminou com um plebiscito que terminou com a aprovação do fim do regime
Em 11 de fevereiro de 1990 Mandela foi libertado. Em 1993, Nelson Mandela e o presidente Frederick De Klerk, assinaram uma nova Constituição sul-africana, colocando um ponto final em mais de 300 anos de dominação política da minoria branca. Essa nova Constituição simbolizava o fim oficial do Apartheid, e preparava a África do Sul para um regime de democracia multirracial.
Em 1993 Mandela recebeu o Prêmio Nobel da Paz, dividido com o presidente, que junto com Mandela procurava um caminho para o fim da segregação. Em abril de 1994 é eleito presidente da República e governou até 1999. Foi premiado pela Anistia Internacional, em 2006, pela sua luta em favor dos direitos humanos. Nelson Rolihlahla Mandela faleceu em Joanesburgo, África do Sul, no dia 5 de dezembro de 2013.