O atual Presidente e a ex-vice-presidente da Associação dos Estudantes Santomenses na China defenderam este domingo, em entrevista a RSTP, que a melhor medida a ser tomada pelo Governo Santomense diante da propagação do coronavírus seria a repatriamento dos estudantes santomense que se encontram na China.
São cerca de 200 estudantes santomenses que frequentam cursos de Licenciatura e Mestrados em universidades Chinesas. Em Wuhan, considerada epicentro do coronavírus, encontram-se 17 estudantes santomenses que “estão muito preocupados e em perigo de contágio“, segundo informações transmitidas pelos dois líderes estudantil naquele país.
Hamilton Alfredo é o presidente da Associação dos Estudantes Santomenses na China e relatou a RSTP que os estudantes estrangeiros estão em quarentena nas respetivas universidades com saídas condicionadas, mas ainda assim já houve caso de contaminação. “Ainda ontem [sábado] a ambulância foi para o dormitório de estudantes estrangeiros a busca de pessoa doente“. A ex-vice-presidente da Associação dos Estudantes Santomenses na China, Eloisa Cabinda também confirmou a existência de casos de contágio de alunos. “De facto estão em perigo “afirmou acrescentando que “mesmo nas universidades já há caso de alunos contaminados“.
O presidente da Associação dos Estudantes garante que o Governo santomense na pessoa da “Embaixadora [de São Tomé e Príncipe na China] tem feito um trabalho brilhante ligando para os responsáveis das escolas de forma que eles possam levar alimentação até estudantes onde a universidade não permite que eles podem sair“.
Apesar disso, os dois líderes Associativos contactados pela RSTP foram unânimes ao considerarem que o Governo deve retirar os estudantes santomenses na China. “A melhor medida seria a retirada dos Estudantes Santomenses da China“, afirmou Hamilton Alfredo. Por sua vez, Eloisa Cabinda considerou que ” nós não devemos esperar o pior acontecer para depois agirmos“, e que “ultimamente mesmo as universidades têm convidado os estudantes a voltarem para os seus países até que as coisas se resolvam“. Cabinda defende a retirada de todos os estudantes santomenses e considerou que “os alunos de Wuhan (epicentro do vírus) é uma urgência“.
Em São Tomé e Príncipe, a ministra dos negócios estrangeiros, Elsa Pinto disse que “estamos a seguir muito atentamente a questão, sabemos que determinados países estão a retirar os seus cidadãos, mas também há uma outra obrigação, uma outra ordem que diz que ninguém mais pode sair nem entrar na cidade”. O Governo tomou algumas medidas como a instalação de uma unidade de vigilância e um espaço de isolamento do aeroporto Internacional de São Tomé para prevenir a entrada do vírus no país.”
Segundo dados da OMS atualmente esta epidemia, que surgiu no final do ano passado, já matou 360 doentes e infetou quase 17.500.
Escuta aqui a entrevista completa com Hamilto Alfredo e Eloisa Cabinda.
“Por parte do Governo a melhor medida seria a retirada dos estudantes da China”