A corrida dos ratos docentes-episódio 2

Quando estamos perto do início do ano lectivo, vem à tona uma corrida por horários que muitas vezes escapa aos mais desavisados. Corrida entre velhos, jovens, mulheres, homens, partidos … deuses e diabos.

País -
Rato

Ivanick Lopandza - Mestre em Economia Aplicada à Gestão

Uma ânsia por horas extras, uma Direção de Ensino que como as mais belas das princesas, precisa ser cortejada, adulada ou até mesmo idolatrada. A cada eleição a Direção de Ensino cai em mãos diferentes, todos as princesas se sentem imortais, mas acabam sempre por terem a sua mortalidade revelada nessa roda sangrenta do poder.

Por outro lado, os distribuidores de guias, esses seres sem importância política alguma começam a receber visitas e telefonemas da elite santomense. A elite tem sempre um primo, um amigo, um protegido, um militante do partido para agradar. Os distribuidores também são reféns do jogo. Não é raro ver um dançarino de campanha virar diretor de escola, um irmão de um peso pesado do partido cair de paraquedas na diretoria de alguma escola.

Todavia, a direção da escola não se encerra só na escola. São as cantinas, os contratos de prestação de serviços e muitos outros interesses, … em alguns casos, novos amores que surgem embelezados por algum uniforme justo, bem colado ao corpo.

Os professores estão no meio disso tudo, eles precisam desenvolver uma alma de humilhado e esperar que alguém os dê uma posição. Pois, existe uma classe de “extraordinários”, ou seja, os amigos dos amigos que vão completar o seu salário na educação. Os professores efectivos, essas pérolas que não podem fazer hora extra em outros setores podem perder seus horários para os “extraordinários”.

O problema existe, mas a questão ainda não foi colocada: Porque os diretores devem ser cargos políticos e não resultantes de uma eleição puramente acadêmica?

Até o próximo episódio.

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