Uma ânsia por horas extras, uma Direção de Ensino que como as mais belas das princesas, precisa ser cortejada, adulada ou até mesmo idolatrada. A cada eleição a Direção de Ensino cai em mãos diferentes, todos as princesas se sentem imortais, mas acabam sempre por terem a sua mortalidade revelada nessa roda sangrenta do poder.
Por outro lado, os distribuidores de guias, esses seres sem importância política alguma começam a receber visitas e telefonemas da elite santomense. A elite tem sempre um primo, um amigo, um protegido, um militante do partido para agradar. Os distribuidores também são reféns do jogo. Não é raro ver um dançarino de campanha virar diretor de escola, um irmão de um peso pesado do partido cair de paraquedas na diretoria de alguma escola.
Todavia, a direção da escola não se encerra só na escola. São as cantinas, os contratos de prestação de serviços e muitos outros interesses, … em alguns casos, novos amores que surgem embelezados por algum uniforme justo, bem colado ao corpo.
Os professores estão no meio disso tudo, eles precisam desenvolver uma alma de humilhado e esperar que alguém os dê uma posição. Pois, existe uma classe de “extraordinários”, ou seja, os amigos dos amigos que vão completar o seu salário na educação. Os professores efectivos, essas pérolas que não podem fazer hora extra em outros setores podem perder seus horários para os “extraordinários”.
O problema existe, mas a questão ainda não foi colocada: Porque os diretores devem ser cargos políticos e não resultantes de uma eleição puramente acadêmica?
Até o próximo episódio.