No início da semana, com 900€ o grupo Afro Angels e a Nani Alegre fizeram entrega de 50 cestas básicas às famílias carenciadas do distrito de Cantagalo, além de mais 10 famílias do mesmo distrito que se encontravam na lista de espera.
Estas cestas resultam da campanha Quarentena Sem Fome criada por um grupo de jovens santomenses residentes em Inglaterra – Afro Angels. O grupo tem a parceria com outra santomense residente em São Tomé, Nani Alegre, que é responsável pela compra e distribuição dos cabazes em São Tomé e Príncipe.
Com a campanha, o grupo tem intenção de suprir às necessidades alimentares de 471 famílias já identificadas durante a pandemia COVID-19. Estas famílias são carenciadas e não estão abrangidas pelo apoio do Governo. Desta forma, segundo o Afro Angels, “o valor necessário para conseguir fazer face às necessidades alimentar destas famílias são 14 mil euros.“
A fim de promover a transparência das ações do grupo em diferentes etapas da campanha, o Afro Angels criou uma secção no seu website (www.afroangels.africa) denominada, “Campanha”. Na referida secção “são apresentados detalhadamente a justificação dos valores a serem angariados, os preços dos produtos e o custo de cada cesta básica por famílias.” Além disso, o grupo prometeu apresentar, no seu website, relatórios referentes a cada entrega de cabazes e as transações feitas entre eles e a Nani Alegre, que garante a operacionalização da campanha em São Tomé e Príncipe.
Actualmente, qualquer um pode confirmar os valores já arrecadados e a meta a ser atingida na plataforma do grupo. “Até hoje, conforme apresentado no website, o grupo arrecadou 1.502,55€”. A Co-Fundadora da iniciativa, Solange Torres, explicou-nos que “deste valor foram retirados os tais 900€ que serviu para apoiar as primeiras famílias do primeiro distrito – Cantagalo.”
A campanha Quarentena Sem Fome surgiu com o objectivo de ajudar as famílias em situações económicas vulneráveis, durante a quarentena.
Segundo o grupo Afro Angels “o balanço da campanha tem sido positivo, e tem gerado uma onda de solidariedade, quer no ato da doação, assim como no ato de entrega das cestas básicas. Nesta primeira entrega, por exemplo, houve uma participação ativa de santomenses que deixou o grupo extremamente motivado em continuar a sua missão de alimentar 471 famílias carenciadas em STP.”
Em São Tomé e Príncipe, uma boa parte das famílias dependem dos comércios informais. Assim, devido às medidas do confinamento obrigatório vários pequenos negócios, que são a única fonte de rendimento dessas famílias, foram forçados a fecharem as portas. Consequentemente, isso tem gerado dificuldades financeira para as mesmas.
Em São Tomé e Príncipe, mais de 60% da população vive no limiar da pobreza. Normalmente, as zonas mais afetadas são, as Zonas Urbanas e os Distritos do Sul do país (Banco Mundial, 2019).