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Violência Obstétrica e a Perda precoce de um filho (parte 2)

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Violência Obstétrica e a Perda precoce de um filho (Parte 2)

Enterrarmos alguém que nos é muito querido, é penoso…e quando esse alguém se trata de um filho, torna-se algo insuportável. 

Quando comentei com algumas pessoas que iria trazer este tema, ouvi opiniões como “ Não faças isso, porque a essência do programa não é esse..”, “Já estamos a passar por um momento suficientemente difícil, para trazeres temas “tristes e pesados” para o programa”. Eu ouvi as críticas/ opiniões, e pensei “ se este é um tema pesado, vamos tentar partilhar e falar sobre ele, para que outras pessoas possam lidar com ele de forma mais “leve”. 

Pensei também “ a essência do programa, é precisamente FALAR sobre temas que são considerados por muitos, “tabus”, mas se Mães passam por isso e conseguem lidar  sem entrar em DEPRESSÃO, vamos tentar ouvir essas mães, precisamente para que possam ensinar outras mães formas de lidar com isso. Vamos dar ferramentas umas às outras, porque infelizmente, ninguém é imune de passar por isso, então se tivermos alguém como a Doriana Viana, que passou por isso e nos consegue presentear sempre com um sorriso no rosto, vamos recebê-la!”.

Os primeiros sinais
Os primeiros sinais apareceram durante uma estadia do pequeno Brian, em casa do pai. Os sintomas eram fortes dores num dos membros superiores. Quando se pensava que pudesse ser uma fratura, e após várias idas ao hospital, o diagnóstico chega: Tumor num dos Membros Superiores. 

Posteriormente, descobriu que havia mais um tumor, este, na zona abdominal , na suprarrenal.  E foi aí que se apercebeu que o “principal” era o que iniciou na suprarrenal, sendo o do braço, uma metástase. Até então, o Brian nunca se havia queixado de qualquer tipo de dor. 

O diagnóstico
Quando se dirigiu ao IPO, obteve o diagnóstico “real “: Neuroblastoma de Alto Risco, nível IV, que segundo Doriana “é o pior cancro existente tanto nas crianças como nos adultos…é dos que tem maior taxa de mortalidade”.

Descobriram também que o Brian tinha ainda mais dois tumores. “..o Brian estava completamente “minado”…”, diz Doriana. 

Primeira Reação
A primeira reação desta mãe foi “ temos que tratar”. Infelizmente, não era tão simples como esta pensara.  A médica que estava a acompanhar o caso, dirigiu-se à Doriana dizendo “ …agora vamos fazer isto, vamos fazer isso, vamos fazer aquilo” referindo-se ao esquema de tratamento,”..e se ele chegar lá…”. As palavras da médica soaram como um “murro no estômago”. “Se ele chegar lá??????”, a partir daquele momento, aquela mãe apercebeu-se da gravidade da situação. 

Tratamentos 
Começaram os tratamentos, que, em Portugal, são financiados pelo Estado.  Corria tudo “bem”. Os tratamentos estavam a fazer efeito..os tumores estavam a “desaparecer”. Pouco tempo depois, teve uma recidiva (recaída). E o quadro clínico desta criança, agravou-se de tal forma que os médicos se recusaram a prosseguir com os tratamentos, pois poderiam ser demasiados agressivos para o seu estado fragilizado.

Após uma extensa pesquisa, esta mãe descobre que nos Estados Unidos, existe um tratamento que poderia salvar o seu filho. A grande barreira, seria a questão financeira, pois iria totalizar alguns milhões de Euros. 

Decidida a arrecadar o valor para salvar o filho, Doriana fez campanhas de Angariação de Fundos em vários meios de Comunicação, dentro e fora de Portugal. 

O desfecho
Felizmente,  soube que havia uma entidade disposta a pagar o tratamento, bastava apenas a Doriana levar o Brian para os Estados Unidos…mas o Brian parte, 3 horas depois. “ Eu sabia que tinha o tratamento na mão..só precisava que ele se aguentasse mais um bocado”.

Com o valor arrecado, Doriana conseguiu ajudar uma outra criança que estava a passar pelo mesmo. 

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