Ainda não foi revelada a causa da morte do homem, mas o Diretor dos Serviços Prisionais e de Reinserção Social (SPRS), Lázaro Afonso, não descartou a hipótese de ter sido os agentes da Polícia Judiária os autores da morte do indíviduo. “Eu condeno esta atitude”, disse Lázaro Afonso.
Lázaro Afonso explicou que o homem entregou-se, na noite desta quinta-feira, aos Serviços Prisionais depois de um acordo e passou a noite numa cela, tendo sido encaminhado na manhã desta sexta-feira à PJ.
“Neste acordo, ele fez uma entrega voluntária aos serviços prisionais e a nossa equipa não teve que fazer outra coisa e o encaminhou à Polícia Judiciária”. Segundo Lázaro Afonso, Nelson das Neves, vulgarmente conhecido por Lady, de 23 anos, era reicidente e já estava preso na cadeia central pela prática de um crime idêntico.
Lázaro Afonso disse que os elementos dos SPRS não presumiram aquilo que poderia acontecer com o foragido, porque fizeram “uma entrega pacífica” do mesmo à Polícia Judiciária “não obstante que na cara de alguns agentes da PJ eu já via que não estavam satisfeitos”, revelou.
A morte do indivíduo não tardou. Em menos de 3 horas na PJ saiu a notícia de falecimento do homem que havia agredido brutalmente a sua companheira com golpes de catana no mês de fevereiro, na zona de Água Arroz.. “Eu tomei conhecimento que ele acabaria por faceler. Como, eu não sei. Mas só sei é que não foi nas celas dos serviços prisionais.”
Embora a causa da morte ainda não tenha sido divulgada, Lázaro Afonso não descartou a hipótese de terem sido os agentes da PJ os causadores da morte do indivíduo, alegadamente, por “protagonismo”. “O que se passa muitas vezes é que, podem não ficar satisfeitos por ser os serviços prisionais a conseguir a detenção do foragido“, disse, acrescentando que “matar não vem dentro de estatuto de nenhuma polícia”.
O Diretor dos SPRS disse que “como criminólogo, eu condeno esta atitude”, e realçou que “nós queremos tratar os reclusos com humanismo, porque o erro é de toda a gente”.
“Eu estou aborecido! Estou triste! Estou de luto”, disse o Diretor dos SPRS referindo que “este [caso] nós conhecemos e há muitos que nós não conhecemos”.