Abril é considerado mês da cultura, sobretudo porque “é o mês que marcou bastante pessoas que estão ligadas a cultura e que fizeram muito pela cultura”, explica o director da Cultura. Abril também é o mês da poetisa Alda do Espírito Santo, nascida a 30 de abril de 1926. O largo Alda do Espírito Santo, defronte à Escola Dona Maria de Jesus (mãe da poetisa) “não honra minimamente a figura de uma pessoa tão ilustre da nossa cultura”, considerou Albertino Bragança.
A placa que dá nome a Praça Alda do Espírito Santo foi destruída e encontra-se deitada ao chão há mais de uma semana. O Presidente da União Nacional dos Escritores e Artistas São-tomenses, Albertino Bragança, disse que a Direção da UNEAS vai analisar o que fazer “para contrariar esta crise que se coloca em relação a figura da Alda do Espírito Santo”.
Albertino Brança realçou que o problema vai além da placa que agora foi destruída. “Nós temos um largo, que é o largo Alda Espírito Santo, de fronte à escola primária que tinha o nome da sua mãe (Dona Maria de Jesus). Este troço está completamente irreconhecível e não honra minimamente a figura de uma pessoa tão ilustre da nossa cultura”, considerou o escritor que juntamente com Alda do Espírito Santo criou a UNEAS.
A destruição da Placa com o nome de uma das maiores figuras são-tomenses, reconhecida nacional e internacionalmente, tem incómodado a sociedade e os actores culturais. O artista plástico Kinder Abajú considerou que “a degradação” desta placa representa “o estado da cultura neste momento”. O cantor Don Augusto recordou que “a Dona Alda do Espírito Santo é um emblema do nosso país. Ela deixou-nos bons legados”. Para o cantor o facto desta “praça ter o nome dela” isso “deveria ser muito respeitada” e por isso a “placa não deveria estar no chão até ao momento”.
Governo pensa numa “estátua da Alda do Espírito Santo”
O Director Geral da Cultura considerou que a situação da Praça Alda do Espírito Santo é “triste” e “lamentável” e pediu mais atenção da Câmara Distrital de Água Grande. “É triste, lamentável e portanto, uma questão de valores que vão por vezes escapando de forma progressiva à nossa sociedade”. Guilherme Carvalho espera que “isso tenha a devida atenção da Câmara” e prometeu “fazer de tudo para que se venha a repor a placa” que identifica a Praça Alda do Espírito Santo.
Segundo o Director Geral da Cultura o Governo está a “pensar agora numa estátua da Alda do Espírito Santo”. A construção desta estátua, segundo Guilherme Carvalho, é um sinal que “o Governo pensa no maior possível”. Contudo, explicou que a verba para a construção da estátua “não está orçamentada para este mês da cultura”, mas realçou que “ao longo do ano” a direção da cultura tem “uma serie de actividades a fazer”.
Albertino Bragança disse que fica “muito apreensivo quando as pessoas são reconhecidas por outros países e em casa nunca se abre o espaço para que se proceda a uma uma homenagem ao valor e ao contributo que alguém dá para São Tomé e Príncipe.”
O Presidente da UNEAS defende que as homenagens devem ser feitas em vida. “Valorizar a cultura não pode ser um apanágio lançado ao ar. Consiste em honrar em vida aqueles que merecem ser destacados, não só na área da cultura. Na área da política também e assim o país iria em muito bom sentido”, realçou Albertino Bragança.