‘Muncanha’ poderá ser o primeiro filme são-tomense a estrear na NETFLIX

Antes de nascer, o filme de Katya Aragão e Enerlid Franca já foi vencedor de dois prémios no âmbito da participação dos dois jovens cineastas são-tomenses no Yaoundé Film Lab que decorreu de 6 a 16 de Abril nos Camarões. O Filme Muncanha deverá estar pronto em 2022.

Cultura -
'Muncanha'

A realizadora são-tomense Katya Aragão e o produtor Enerlid Franca foram os primeiros são-tomenses a participar no Yaoundé Film Lab, um laboratório de cinema fundado por jovem camaronês Dieudonné Alaka que reuniu especialistas e jovens cineastas de 11 países da África Central.

O Yaoundé Film Lab vai na sua segunda edição. Os jovens cineastas são-tomenses participaram nesta edição com um projecto de filme denominado “Muncanha”.

 “Muncanha é thriller psicológico que conta a história de Fátima Trindade, uma advogada estagiária que regressa à São Tomé e Príncipe porque fica a saber que a sua irmã de 15 anos deixou de falar. Então ela volta para descobrir o que se passa e tentar ajudar a irmã, e nós vamos seguir a jornada dela para ver se ela consegue atingir este objectivo”, explicou a realizadora Katya Aragão.

Os cineastas são-tomenses estão a trabalhar para que o filme seja o mais internacional possível. “Muncanha vai ser rodado tanto em São Tomé quanto no Brasil”, acrescentou o produtor do filme.

Yaounde Film Lab, participantes 2021

“Apesar da história ter sido inspirada em São Tomé, de forma nenhuma a história actual do Muncanha é projectada para o mercado são-tomense unicamente. Muncanha é um filme que se pretende que seja internacional” precisou Enerlid Franca, acrescentando que o filme “vai ser filmado/produzido para que ele possa atingir os melhores canais de distribuição possível”.

É um grande sonho que requer um grande investimento. Serão necessários cerca de “300 mil euros” para que o filme Muncanha seja uma realidade já em 2022.  Katya e Enerlid já identificaram alguns “mecanismos internacionais de financiamentos para produção audiovisuais”, mas consideram que o investimento do Estado e outras instituições de São Tomé e Príncipe será indispensável.

“Nós temos definido como meta para São Tomé e Príncipe, atingirmos pelo menos 30% do valor mencionado. Estamos a falar a volta de 50 a 60 mil euros”.

O mundo cinematográfico é quase nulo em São Tomé e Príncipe. Sem salas de cinemas, sem concursos e sem cursos na área, os poucos festivais de cinema realizados no país tiveram mais participações de produtores internacionais do que de são-tomenses.

Esquerda para direita: Enerlid Franca , Katya Aragão e Akuro ST Raphael.

Através do ‘Muncanha’ Katya Aragão espera abrir uma nova era. “Eu espero que ajude aos poucos a criar um ecossistema para o cinema nacional, para a indústria cinematográfica”, disse, acrescentando que “a esperança é que isso alerte a todos que é sim necessário apostar no cinema”.

A realizadora são-tomense defende que São Tomé e Príncipe deveria apostar na criação de um “instituto de cinema” e “um fundo para apoiar o cinema e os criadores nacionais”, uma vez que “existem fundos internacionais” para financiar o funcionamento desta instituição “super importante” para apoiar a produção nacional “para ver se um dia conseguimos ver a nossa “santolawood”, tal como existe a Hollywood”.

Estes dois jovens querem revolucionar o mundo do cinema são-tomense. Tudo será feito “para que em 2022, nós vermos a cidade de São Tomé transformada num cenário parecido ao cenário da hollywood” adiantou o produtor Enerlid Franca.

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