Evaristo Carvalho disse que acompanha “com preocupação” os sinais registados nas instituições e na sociedade são-tomense, particularmente a crise no Tribunal Constitucional.
“A distribuição equitativa do ónus da cidadania, o tratamento igualitário de todos perante a lei e a administração pública, a imparcialidade da justiça e dos magistrados perderam todo o seu sentido e viraram letra morta”, detalhou, o Presidente da República, destacando que “a situação é tanto mais grave quando o local desta revelação é o Tribunal Constitucional”.
Evaristo Carvalho fez um discurso à Nação e considerou que “ela corre o risco e está à beira de precipício”, mas advertiu que “ninguém tem o direito de nos conduzir a este precipício”.
O Presidente da República fez um apelo à paz e ao diálogo, para resolver os diferendos que marcam o país.
“Peço-vos, em nome da paz, que dialoguemos, que construamos pontes de entendimento, que nos escutemos, pois, já realizamos muitas eleições na nossa história e temos todos plena consciência de que os momentos eleitorais nos dividem enquanto adversários políticos, mas jamais nos deve transforma em inimigos” disse o chefe de Estado, realçando que “passado as eleições somos todos são-tomense”.
Na sua comunicação, segunda-feira, à Nação, o Presidente da República recordou que “apesar das crises já vividas no contexto da nossa democracia, e algumas delas de extrema tensão, colocando-nos perante situações delicadíssimas, a paz sempre imperou.”
Depois da mensagem do Chefe de Estado, o Tribunal Constitucional aprovou o acórdão 10/2021, que rejeitou a recontagem de votos pedida pelo candidato Delfim Neves e pôs fim ao bloqueio eleitoral.
Nos próximos dias, deverão ser anunciados os resultados oficiais das eleições de 18 de julho e reagendada a segunda volta que deverá ser disputada entre os candidatos Carlos Vila Nova e Guilherme Posser da Costa.