O primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, assegurou, no sábado, 13, que vai cumprir a promessa de remodelar o Governo, mas “em momento oportuno” e “sem pressão”, tendo realçado que a Constituição lhe dá competências para o fazer quando entender.
“Muitas vezes eu tento desmistificar esta questão da remodelação, que é um ato normal da ação governativa. Não há um ‘timing’, não há prazos. É algo que depende muito da dinâmica do próprio Governo e eu na altura quando anunciei é porque ao longo do tempo vai-se fazendo”, explicou o chefe do Governo quanto questionado sobre o assunto, à margem da cerimónia de juramento de bandeira de cerca de 400 novos soldados que entraram para as Forças Armadas.
Na quarta-feira, o Presidente da República são-tomense, Carlos Vila Nova, disse que a remodelação governamental anunciada pelo primeiro-ministro, há mais de dois meses, tem criado expectativas a nível nacional e internacional, e aguardava a sua efetivação “o mais breve possível”.
“Eu aguardo, de facto, que da parte do senhor primeiro-ministro seja formalizada essa proposta para nós então darmos o nosso contributo e fecharmos esse dossiê”, disse o chefe de Estado.
O primeiro-ministro considerou que a declarção do chefe de Esatdo “pode ser um lembrete” e justificou as suas próprias declarações à Lusa, em setembro, quando disse que a remodelação governamental deveria acontecer após a posse do Presidente da República, que ocorreu 03 de outubro.
“O Presidente da República tem cinco anos. Estamos neste momento na vigência desse ‘após’ e o ano ainda não acabou, mas como eu disse, sem dramas”, explicou, acrescentando: “É um ato que o chefe do Governo [faz] quando achar e logo que possível [saberão], até porque eu tenho essa responsabilidade”.
Jorge Bom Jesus afirmou que o tema da remodelação do Governo “está decidido”, mas não precisou se há consenso entre os três partidos que formam a coligação denominada ‘nova maioria’ e que integram o executivo.
“Quando se fala da remodelação – e eu não quero aqui entrar em nenhuma polémica – nessas coisas há sempre gente que acha oportuno, há gente que acha que não, mas o chefe do Governo tem determinados objetivos a cumprir, fixou determinadas metas. Ele melhor do que ninguém conhece a equipa que tem e, naturalmente, em momento oportuno o fará, sem pressão”, disse.
O primeiro-ministro precisou que a Constituição lhe “dá competência para mexer na equipa” quando achar e é isso que vai fazer e a “sociedade depois tomará conhecimento disso”.
Jorge Bom Jesus, que ocupa interinamente a pasta de ministro da Defesa e Ordem Interna, após a exoneração do então ministro da Defesa e Ordem Interna, em 16 de agosto, por questões de saúde e sob a acusação da oposição de ter orquestrado um golpe de estado, assegurou que “este buraco que existe, já de algum tempo a essa parte, vai ser preenchido tão cedo quanto possível”.
O chefe do Governo disse estar na posse de um resultado preliminar do inquérito que o Governo mandou instaurar para apurar a veracidade sobre a alegada tentativa de golpe de estado e acredita que “muito brevemente” vai “conseguir anunciar à nação” o resultado final.
“Há um resultado preliminar que ainda não divulguei. Depois de um primeiro relatório, nós pedimos sempre a outros setores para voltarem a analisar de forma a que quando nós divulgarmos seja um trabalho de cabeça, tronco e membros e que não haja polémica”, explicou.