O Governo entregou, na segunda-feira, 15 de novembro, no parlamento a proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2022, avaliado em cerca de 158 milhões de euros, estimando o crescimento da economia na ordem dos 2,8% do PIB (Produto Interno Bruto).
Após a entrega do documento, o ministro das Finanças, Engrácio Graça, acompanhado pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, Cílcio Santos, disse que 51% do OGE é assegurado por recursos externos e 48,9% através de recursos internos.
“Dos 158 milhões de euros, cerca de 54% deste montante está destinado às despesas de funcionamento, 38% para as despesas relativamente aos investimentos e 4% para amortização da dívida”, descreveu Engrácio Graça.
O ministro das Finanças de São Tomé e Príncipe disse que “o Governo continua a apostar nas infraestruturas”, por isso, nos 38% dos 158 milhões destinados a investimentos, o executivo prevê “gastar cerca de 20%” neste setor, seguindo-se “a saúde com 16%” e depois o setor da educação.
“Entendemos que para alavancar a nossa economia, é preciso uma aposta muito forte nas infraestruturas, mas sem esquecer também dos cuidados primários da saúde, tendo em conta os efeitos da covid-19”, explicou.
O ministro referiu ainda que o Governo prevê “um crescimento da economia na ordem de 2,8% do PIB, uma inflação a rondar os 7,5% do PIB”, e assegurou que “é um orçamento que se adequa perfeitamente aos tempos de hoje”.
“É um orçamento que foi elaborado num contexto deveras desafiante, no momento em que se regista no mercado internacional o aumento do preço de produtos petrolíferos, com o contexto da pandemia bastante presente e os seus efeitos nefastos na economia”, esclareceu.
Engrácio Graça, considerou que “na conjuntura atual, é preciso muita ousadia do Governo para mobilizar, sobretudo os recursos no que toca a donativos, porque o país não tem capacidade para suportar mais dívidas”.
“O empréstimo que vamos fazer lá fora tem que ser altamente concecional, ou seja, com taxa de juros baixíssimo, justamente por causa da nossa dívida que está muito alta em relação ao PIB”, explicou, defendendo que “é preciso fazer uma reforma interna da parte de receitas, porque hoje em dia não há muitos parceiros disponíveis nem para dar, nem para emprestar” dinheiro.