Governo completa 3 anos e primeiro-ministro afirma que “houve uma mão cheia de realizações”

“Três anos não são três dias, não são três horas. Houve uma mão cheia de realizações”, disse o chefe do Governo.

País -
Jorge Bom Jesus, primeiro-ministro

No balanço de três anos de governação o primeiro-ministro são-tomense afirmou hoje que teve “uma mão cheia de realizações”, tendo destacado projetos nas áreas sociais, económica, infraestrutura, diplomacia, e a estabilidade política, governativa e social.

Jorge Bom Jesus assinalou que só o pelo facto do ter completado três anos de governação o XVII Governo que entrou em funções no dia 3 de dezembro de 2018 “já fez história”, tendo realçado que é o “segundo Governo mais longo da história” do país, depois do Governo da Ação Democrática Independente (ADI) liderado pelo ex-primeiro-ministro, Patrice Trovada (2014-2018).

“A instabilidade política tem sido o óbice do nosso processo de desenvolvimento e possivelmente foi contribuindo para o agravamento da nossa pobreza estrutural”, disse Jorge Bom Jesus referindo durante o seu mandato conseguiu até então “garantir alguma estabilidade politica, Governativa e social, não obstante um contexto extremamente difícil regido pela crise pandémica – sanitária inicialmente -, mas que arrastou consigo a crise económico-financeira, a crise, social e até mesmo cultural”.

O chefe do Governo fez uma “nota de gratidão” ao antigo Presidente da República, Evaristo Carvalho, que considerou que teve “uma postura de homem de Estado, muito acima das querelas político-partidária” e com quem manteve “um relacionamento institucional de grande cordialidade”.

Bom Jesus enalteceu também a colaboração da Assembleia Nacional, particularmente do seu presidente Delfim Neves e todos os deputados, em particular do seu partido e da coligação que suporta o Governo.

 “Apesar de se tratar de uma maioria tangencial de 28 deputados, penso que durante esses três anos essa maioria demonstrou alguma solidez e espero contar com a assunção de responsabilidade dessa maioria com a qual comungamos afinidades, sobretudo para podermos levar esta gestação governativa até ao final da legislatura – portanto, até as eleições legislativas de outubro de 2022”.

Jorge Bom Jesus destacou que “este Governo foi respeitador das regras básicas de funcionamento democrático, respeito pelas liberdades individuais e garantias […] e a própria liberdade de expressão que tem sido uma marca deste Governo, tanto ao nível da comunicação social de massa e as redes sociais”.

 “Nós quisemos criar empresas mais robustas que pudessem criar empregos perenes e dignos (…) tudo isso foi de alguma forma manchado pela pandemia, mas é um propósito que nós prosseguimos”, referiu em alusão ao pilar do seu programa de Governo onde prometeu um crescimento económico robusto.

O chefe do Governo destacou o programa de luta contra o paludismo agora com o apoio da China e alguns programas sociais de apoio as famílias vulneráveis que considera estar alinhados com os objetivos de desenvolvimento sustentável no sentido de “colocar a pessoa no centro do desenvolvimento enquanto agente e destinatário” dos das políticas do Governo.

Na área agrícola o primeiro-ministro destacou a implementação do projeto de Apoio a Comercialização, Produtividade Agrícola e Nutrição (COMPRAN), a inauguração da fábrica de óleo de palma da empresa AGRIPALMA, o projeto em curso para a construção da fábrica de chocolate pela cooperativa de cacau biológico, CECAB, e a inauguração da fábrica de Água Bom Sucesso.

“Fizemos muitas construções e reabilitações, como todos sabem” disse, Jorge Bom Jesus, destacando sobretudo as intervenções nas estradas da capital, a construção e reabilitação das pontes sobre o Rio Água Grande e a estrada a Rua Padre Martinho Pinto da Rocha, também no centro da cidade.

Jorge Bom Jesus destacou ainda que “há muitas escolas espalhadas pelo país e outras vias de acesso” que foram construídas nos últimos três anos, e anunciou que há uma equipa na Grécia em contactos para celebração de contrato com uma empresa privada que vai assegurar a ligação marítima entre a ilha de São Tomé e a ilha do Príncipe.

Reafirmou que para o último ano de governação que ainda resta “o foco é água, energia e estrada” e destacou que no setor da energia “há progressos a assinalar” uma vez que neste momento a Empresa de Água e Eletricidade (EMAE) produz cerca de 17 megawatts de energia e a meta é melhorar neste mês de dezembro.

O primeiro ministro assinalou a aposta nas energias renováveis referindo que “há já contratos assinados para exploração de [energia] fotovoltaica e projetos para  possível aproveitamento das mini-hídricas, e barragens, tanto para exploração hidroelétrica como para irrigação.”

No campo da diplomacia, Jorge Bom Jesus destacou vários acordos bilaterais de isenção de vistos celebrados com quase todos os países da CPLP e outros da costa africana.

Sobre a coabitação política com o Presidente da República, Carlos Vila Nova, o primeiro-ministro considerou que “é ainda bastante recente”, referindo que não tem “elementos bastante ainda para uma avaliação”, mas avançou que tem tido “um relacionamento institucional bastante cordial” e até este momento não tem “grande razão para queixa”, sobre o chefe de Estado. 

 “Três anos não são três dias, não são três horas. Houve uma mão cheia de realizações”, disse o chefe do Governo.

Jorge Bom Jesus tomou posse em 03 de dezembro de 2018 como primeiro-ministro e chefe do XVII Governo Constitucional de São Tomé e Príncipe, substituindo no cargo Patrice Trovoada, que chefiou o governo de maioria absoluta da Ação Democrática Independente, entre 2014-2018.

A ADI venceu as eleições legislativas de outubro de 2018, com 25 dos 55 assentos no parlamento são-tomense, mas não conseguiu formar executivo, tendo então o MLSTP (23 eleitos) e a coligação PCD/UDD/MDFM (cinco deputados) feito um acordo com incidência governativa, formando a chamada ‘nova maioria’ que suporta o Governo de Bom Jesus.

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