As fortes chuvas que se fizeram sentir nos dias 28 e 29 de dezembro do ano passado em São Tomé e Príncipe, afetaram particularmente o distrito de Lembá, onde causaram a inundação e destruição de casas, parcelas de terra, pontes e o centro de tratamento de água potável e deixou a população da cidade de neves e arredores sem água potável já há mais de um mês.
Esta situação tem levado muitas pessoas a queixarem de doenças de origem hídrica ao longo deste período.
“Estamos muito mal de água para lavar peixe, e neste momento muitas mulheres queixam-se de infeção urinária devido uso de água imprópria” salientou a presidente da Associação das Paleiês, Filomena Roque.
A falta de água em Lembá também tem causado transtornos as atividades do Projeto de Desenvolvimento Integrado de Lembá, liderado pela Irmã Lúcia Cândido, no apoio prestação de ajuda a cerca de 2000 pessoas, entre crianças, jovens, adultos e idosos que beneficiam deste projeto.
“Temos muitas cozinhas e muitos meninos que precisam de água e somos obrigados a comprar água para eles. Neste momento temos crianças que aparecem no jardim e cresce com diarreia e vómito e somos forçados a enviar para casa devido ao consumo e ausência do líquido no distrito” relatou a irmã Lúcia Cândido.
O centro de saúde de Lembá, através do seu delegado, Tomé Lima, confirmou o surgimento de casos de diarreia no distrito.
“Não obstante de não ser o pico, temos sim registado cerca de 3 casos [de diárreia e desinteria] por semana no total de 12 casos neste intervalo de tempo após a catástrofe que se abateu sobre o distrito”, precisou Tomé Lima.
O morador, Odailson Lima explicou que já há água a correr nas torneiras, mas não se trata de “água potável” o que “tem repercutido no custo de vida para a população que tem recorrido a compra de água para o consumo”.
As comunidades de Ponta Figo, Generosa e Monte Forte têm água potável, desde o dia 15 de janeiro, através da intervenção feita pela empresa “Mucumbli” com o envolvimento da população local que recuperou um atigo reservatório da época colonial.
Por: Amedy das Neves e Kemilson D“Àlmeida