O primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, prometeu hoje “uma nova dinâmica na reta final da governação”, após a remodelação do executivo, com dois novos ministros e um secretário de Estado e outras alterações na orgânica governamental.
“O ato de governação é uma dinâmica constante e, como nós sabemos, em relação a qualquer ator político há sempre o desgaste, e temos que estar conscientes de que nós todos estamos ao serviço da Nação e o espírito de missão tem que ser uma constante”, afirmou Jorge Bom Jesus, depois de o Presidente da República, Carlos Vila Nova, dar posse aos novos membros do Governo, numa cerimónia no Palácio do Povo.
Jorge Bom Jesus considerou que “é preciso adaptar a governação às novas circunstâncias”, acrescentando que “a valsa das saídas e entradas [no Governo] acontecem sem dramas em qualquer governação, em qualquer latitude e a qualquer momento, nem que sejam nos últimos 10 minutos do jogo”.
De acordo com o decreto presidencial 02/2022, o antigo ministro da Defesa Óscar Sousa, que tinha saído do cargo em agosto passado, foi substituído por Jorge Amado, com Filomena Monteiro a assumir o cargo de ministra da Saúde, deixado vago pela demissão de Edgar Neves, no mês passado.
Cílcio dos Santos, ministro dos Assuntos Parlamentares, Reforma do Estado e Descentralização que entrou para o executivo em 2020, passa a ficar com a pasta da Justiça, Administração Interna e Direitos Humanos, que era ocupada por Ivete da Graça Correia, agora afastada do Governo.
Para secretário de Estado das Obras Públicas e Ambiente, Jorge Bom Jesus escolheu Ernestino Jesus da Costa Gomes, que substitui Eugénio Vaz do Nascimento que tinha entrado no Governo no ano 2020.
O atual ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Comunicação Social e Novas Tecnologias, Wuando Borges Castro de Andrade, que esteve ausente na cerimónia de posse, passa a acumular a pasta dos Assuntos Parlamentares, substituindo Cílcio dos Santos, mas perde a pasta da Comunicação Social.
“Falta-nos pouco tempo, mas ainda que nos faltasse só um minuto, temos que dar tudo em prol desse povo, num momento extremamente difícil de conjuntura internacional que é de crise, com impacto muito forte do ponto de vista sanitário, mas sobretudo económico e social, e naturalmente toda a nossa sabedoria tem que ser colocada a prova”, disse o chefe do Governo.
Jorge Bom Jesus realçou a que a entrada dos novos elementos “com mais fôlego é para imprimir uma nova dinâmica nesta reta final da governação”.
“É tudo que nós podemos prometer”, disse o chefe do Governo, que aproveitou para “dar conforto aos ministros que saem” do Governo e “uma palavra de sincera gratidão para a contribuição que cada um deu à causa do povo de São Tomé e Príncipe”.
A remodelação do Governo acontece a pouco mais de oito meses das eleições legislativas, autárquicas e regionais que deverão acontecer em outubro.
O primeiro-ministro já tinha anunciado em setembro, após as eleições presidenciais, que estava a preparar uma remodelação governamental, mas veio a admitir mais tarde que poderia não ter apoio parlamentar para tal, o que poderia precipitar a queda do executivo na Assembleia Nacional.
O Governo são-tomense é apoiado no parlamento pela chamada ‘nova maioria’, através de um acordo entre o partido de Bom Jesus, o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP/PSD) e a coligação PCD-MDFM-UDD, com 28 deputados num total de 55.