O Governo são-tomense, através da EMAE, assinou hoje um acordo com a empresa norte-americana Management & Economics Consulting (Maeci), com sede nos Camarões, para iniciar, dentro de quatro meses, a produção de cerca de 8 megawatts de energia solar e fotovoltaica na ilha do Príncipe.
“Estamos em crer que dentro de pouco tempo teremos na Região Autónoma do Príncipe esse sonho como realidade – que é a questão de energias limpas – uma vez que somos Reserva Mundial da Biosfera e preservamos a questão ambiental, daí que termos essa conjugação de energias renováveis é de todo importante para nós e também para o país”, disse Ana Alice Prazeres, secretária do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Príncipe.
A responsável considerou que a aposta nas energias renováveis é de “importância extrema” para o Príncipe, levando em conta os custos e o impacto das energias térmicas para o ambiente.
“Nós sabemos que a energia térmica tem um nível de poluição, pelo menos para a nossa realidade, bastante grande, e nós ao termos essa conjugação de energias renováveis com a energia térmica vamos minimizar o impacto da energia térmica na poluição ou emissão de gases com efeito de estufa que nós sabemos que é de todo um desafio para São Tomé e Príncipe, mas também para o mundo”, explicou Ana Alice Prazeres.
O contrato de produção foi assinado entre a Empresa de Água e Eletricidade (Emae) e a Maeci, representada pela sua filial são-tomense Africa Energy Future STP (AEF-STP) com um “cronograma de implementação para dentro de sensivelmente três a quatro meses”.
Segundo o assessor de energia do Ministério das Infraestruturas e Recursos Naturais (MIRN), Leonel Neto, a empresa Maeci vai produzir cerca de “5 megawatts de energia solar fotovoltaica e 3 megawatts em pico bateria” que serão injetados na rede da Emae podendo beneficiar acima de 60% dos consumidores do Príncipe.
Leonel Neto considerou o acordo com a Maeci como “um ato bastante notável que é fruto de algum sacrifício”, após o fim das negociações com a empresa portuguesa EDP Renováveis que exigiu “requisitos que não satisfaziam” o mercado são-tomense para produção de energia renovável no Príncipe.
Segundo o assessor do MIRN, no acordo agora assinado com a empresa norte-americana o valor de produção situar-se-á entre 11 a 12 cêntimos por quilowatt de energia, ficando abaixo dos cerca de 16 cêntimos por quilowatt exigidos pela EDP.
Este é o primeiro acordo para a produção de energia renovável na ilha do Príncipe. Em São Tomé, o Governo já assinou vários acordos para estudos e produção de energia renovável, designadamente solar e hídrica.