O primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, inaugurou hoje a primeira rede de incubadoras de empresas de São Tomé e Príncipe, assegurando que “vai mudar a vida de muitos jovens” e contribuir para o desenvolvimento do país e no “virar de páginas” da pandemia de covid-19.
“Esta inauguração da incubadora de empresas e aceleradora de negócios vai, de certeza, mudar a vida de muitos jovens e contribuir para o desenvolvimento de São Tomé e Príncipe. Estamos a fazer história, estamos a virar de página, num tempo bastante difícil”, afirmou Jorge Bom Jesus.
A infraestrutura faz parte da Rede Nacional de Incubadoras e Aceleradoras de Empresas (Reina) inaugurada hoje pelo chefe do Governo de São Tomé e Príncipe, num momento que considerou “feliz, de muita expectativa e crença no futuro”, tendo em conta os constrangimentos da pandemia de covid-19 e das fortes chuvas que provocaram destruição no país em finais de dezembro do ano passado e início de março deste ano.
“Esta incubadora vai permitir precisamente a restauração destas economias, ajudar o Governo a reabilitar as empresas”, disse o primeiro-ministro, acrescentando que é também “um instrumento de luta contra a pobreza” e de transmissão de valores e formação.
O projeto da Reina prevê o apoio técnico aos empreendedores, sessões especializadas, formação e ‘workshops’, que segundo o ministro da Juventude, Desportos e Empreendedorismo, Vinício Pina, serão dinamizadas por “uma equipa de consultores especializados, contratados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento [PNUD]”.
“Hoje poderemos determinantemente afirmar que existe uma política clara para o empreendedorismo nacional em São Tomé e Príncipe”, afirmou Vinício Pina.
A política de empreendedorismo são-tomense ganhou maior destaque a partir de 2018 com o Governo do primeiro-ministro Jorge Bom Jesus, em que pela primeira vez o conceito passou a integrar a nomenclatura de um ministério.
Foi depois criada a direção do empreendedorismo que em parceria e financiamento do PNUD tem desenvolvido vários projetos de apoio ao setor, incluindo a disseminação do empreendedorismo social, atraindo o interesse de mais de 3 mil pessoas desde 2019.
“Estes programas em prol da juventude, das mulheres empreendedoras, do setor do turismo e do setor do agronegócio têm beneficiado diretamente cerca de 650 pessoas, que receberam capacitação em gestão de negócios, serviços de mentoria, estratégias de crescimento e subvenções para a criação de negócios ou crescimento de negócios existentes”, disse a representante do PNUD, Katarzyna Wawiernia.
Segundo a represente do PNUD, os dados económicos indicam que mais de 50% do tecido económico de São Tomé e Príncipe é informal, produzindo “emprego e renda para uma grande parte da população mais vulnerável”, mas que “permanecem na informalidade e acabam por estar desprotegidos, limitados no seu crescimento e não contribuem plenamente para o processo de desenvolvimento nacional”.
No entanto, Katarzyna Wawriernia realçou que existe uma grande vontade destas empresas em se formalizar, “sempre que sejam criadas as condições, um regime especial adaptado, que facilite o registo formal e inclua aspetos fiscais e laborais viáveis para este tipo de entidades económicas”.
“A Reina constitui, a partir de hoje, um elemento fundamental do ecossistema empreendedor e favorece o ambiente de negócios para o desenvolvimento do empreendedorismo nacional. Será um espaço dinâmico, criativo e de oportunidades, mas também deverá ser um espaço de trabalho duro, já que tudo é possível para quem acredita e trabalha duro”, afirmou a representante do PNUD em São Tomé e Príncipe.