O Sindicato dos Jornalista São-tomenses (SJS) prepara uma greve geral da comunicação social alegando constrangimentos insustentáveis pela falta de “compromisso firme do Governo” para a melhoria da grelha salarial e implementação do estatuto de carreira da classe.
“O Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social, mandatado pela assembleia dos trabalhadores, vem nos termos do estatuto da função pública apresentar o pré-aviso de greve, com os efeitos decorrentes da lei” lê-se na carta reivindicativa entregue hoje ao executivo.
O documento é assinado pelo presidente do SJS, Hélder Bexigas e suportado por quase uma centena de assinatura dos trabalhadores dos três órgãos de imprensa estatal, nomeadamente da Televisão São-tomense (TVS), da Rádio Nacional e da Agência de Notícias STP-Press.
Os profissionais da comunicação social são-tomense referem que durante a assembleia-geral analisaram os “constrangimentos que enfermam a classe de forma insustentável”, tendo constado que “apesar de alguma abertura do Governo para negociar a implementação do estatuto de carreira e melhoria da grelha salarial, não se constata um compromisso firme do Governo para a conclusão deste processo que se arrasta há vários anos”.
“Terminando o prazo legal deste pré-aviso, iniciaremos a greve geral da comunicação social por tempo indeterminado”, refere o documento enviado ao secretário de Estado para a Comunicação Social, Adelino Lucas, com cópia para o Presidente da República, Assembleia Nacional e o primeiro-ministro.
No início de janeiro, o secretário de Estado para Comunicação Social, após reunião com os profissionais do setor, assegurou que o Governo são-tomense iria implementar o estatuto de carreira dos jornalistas e técnicos de comunicação social no fim do daquele mês.
“Estamos em condições de partir para a aplicação do estatuto de carreia dos profissionais da comunicação [a partir de janeiro]”, disse Adelino Lucas.
No entanto, o documento foi enviado para o Presidente da República para alteração de um artigo relativo a progressão na carreira, cuja redação não está de acordo com a vontade dos jornalistas, mas o chefe de Estado devolveu o diploma considerando que há “contradição” entre as alterações propostas e as disposições do regime jurídico dos graus e diplomas do Ensino Superior.
Na carta de devolução, a que a RSTP teve acesso, refere-se ainda que “a Presidência da República auscultou alguns jornalistas e técnicos da comunicação social”, e constatou “uma insanável divergência de opinião de abordagem e de apreciação a estas alterações mesmo no seio da classe”.
O presidente do SJS disse que escreveu ao chefe de Estado e aguarda a marcação de encontro para explicar diretamente o posicionamento da classe quanto a proposta e implementação das alterações do estatuto de carreia dos jornalistas.