O Presidente da República, Carlos Vila Nova, marcou as eleições legislativas, autárquicas e da Região Autónoma do Príncipe todas para o 25 de setembro, para poupar dinheiro face a “conjuntura económica difícil” e em sinal de respeito perante o povo e os parceiros internacionais.
“Após a auscultação de todos os partidos e posterior ponderação de todas as demais circunstâncias, é com sentido de responsabilidade e investido de poder conferido pela constituição que decidi […] marcar as eleições para a Assembleia Nacional, bem como para a assembleias regional e locais, para o dia 25 de setembro de 2022”, anunciou hoje o chefe de Estado em mensagem dirigida à Nação.
Carlos Vila Nova entende que “basta um dia para as eleições” permitindo ao país poupar dinheiro em “sinal de respeito perante o povo” e perante os parceiros internacionais que são os principais financiadores do processo.
“Poder votar e poder ser eleitos são direitos pilares da cidadania num Estado democrático, mas como sabemos eleições custam dinheiro. Sabemos que a pandemia da covid-19 abalou ainda mais a nossa frágil economia. No entanto, apesar deste contexto social económico difícil não poder impedir a realização de eleições, podemos e devemos fazer as eleições tentando gastar o menos possível”, afirmou Carlos Vila Nova.
O Presidente da República sublinhou que “ninguém tem hoje dúvidas que a organização e realização periódica, livre pacífica e transparente de eleições estão definitivamente cravadas na consciência cada são-tomense” na longa história da democracia do país.
Referindo-se aos são-tomense residentes na diáspora que pela primeira vez poderão votar e ser eleitos nas eleições legislativas, o chefe de Estado apelou para que “mesmo que estejam longe não deixem de votar, de escolher, de falar”.
“Este ano pela primeira vez na nossa história, o vosso vota conta também para escolha dos deputados. Este é um sacrifico que vale a pena, porque todo o são-tomense, onde quer que ele esteja tem de ter voz e ser ouvido […] será um esforço para o país, mas é dos esforços que estou convencido que vale a pena”, precisou Vila Nova.
Também aos jovens que constituem mais de metade da população do país, o Presidente da República admitindo que a política pode lhes parecer distante, alertou que também são “os jovens que são os mais afetados, positiva ou negativamente pela política” por isso realçou que “é uma oportunidade poder votar”.
“O nosso país pertencente ao grupo de Nações democráticas. Devemos orgulhosamente continuar a ser um exemplo de eleições sem violência, em ambiente de respeito mútuo, livres e justas. Orgulhosamente pertencemos ao grupo de Nações democráticas no mundo e constituímos indubitavelmente uma referência marcante no nosso continente. Temos de prosseguir afincadamente nesta via”, finalizou Carlos Vila Nova.
Na terça e quarta-feira Carlos Vila Nova recebeu representantes de mais de 20 partidos com e sem assento parlamentar inscritos no Tribunal Constitucional são-tomense tendo lhes apresentado as datas de 25 de setembro, 02 e 09 de outubro como possíveis para a realização do escrutínio.
As datas apresentadas pelo chefe de Estado acolheram o consenso dos partidos com assento no parlamento são-tomense, que deixaram ao critério do Presidente da República a escolha da melhor opção.
No entanto, duas das forças políticas que integram a governação, nomeadamente o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD) e o Partido de Convergência Democrática (PCD) apelaram ao chefe de Estado para não oficializar o dia das eleições logo a seguir à auscultação dos partidos “para evitar que o país entre prematuramente em gestão”.
“No nosso país já é quase que cultural assim que se marca as eleições tudo entra em ‘stand by’, [pedimos] que o Presidente da República tivesse isso em conta e anunciasse a marcação das eleições num período mais adequado de modo a evitar que o país entre prematuramente em gestão”, disse o presidente do PCD, Danilson Cotú.
O vice-presidente do MLSTP/PSD, Arlindo Barbosa, defendeu que o anúncio da data deveria ser feito com 90 dias de antecedência como fizeram os outros chefes de Estado nos últimos tempos.
Por outro lado, o Presidente do Governo Regional do Príncipe defendeu que a eleição regional deveria “decorrer o mais depressa possível e preferivelmente em separado das demais eleições”.