Três mães acusam um oficial militar de ser responsável pelo incêncido numa cela do Centro de Instrução Militar das Forças Armadas de São Tomé e Príncipe, com quatro soldados detidos, incluindo os seus filhos, alegadamente por terem faltado à formatura por falta de fardamentos, segundo avançou as mães dos soldados detidos.
Mimi Mendes, uma das mães que denúnciou o casos à RSTP e Rádio Nacional, disse que foi informada do acontecimento, na madrugada de segunda-feira pelo próprio filho que ficou com queimadura em várias partes do corpo.
“Nós estavamos a dormir, quando acordamos sentimos calor do fogo, começamos a gritar a pedir socorro, mas troxeram a chave trocada”, relata a mãe, citando o seu filho, que terá dito que a cela se encontrava trancada com cadeado, mas foi depois arrebentado por outros colegas com machado.
Segundo ela, o oficial militar não permitiu aos outros soldados prestarem socorro às vitimas, obrigando que ela fizesse o transporte dos jovens por motoqueiro repetindo o trajeto por mais de duas vezes.
“Não havia nenhum responsável, o senhor não mostrou cara e não fez nada”, denunciou uma das mães dos quatro jovens cozinheiros que diz terem ficado “no estado muito grave”.
“Eu gostaria de saber como é possível […] ele já fez a justiça, o dever do senhor é pegar [os soldados] e levar para socorrer”, disse Mimi Mendes, admitindo que a intenção do oficial era “matar” os soldados.
“Eu quero justiça”, clamou a mãe.
“Eu sei que quando metem pessoas na cela, a pessoa deve ser revistada [..] então ele não pode incrimina-los dizendo eles mesmos que colocaram fogo na cela”, refutou outra mãe, Maria Fonseca, sobre a defesa do oficial alegadamente responsável pelo caso.
As vítimas receberam o tratamento no Hospital Central, mas foram depois transferidas para o Hospital Militar.
Contactado pela RSTP o gabinete do Chefe do Estado Maior das Forças Armadas prometeu uma reação à denúncia.