O funeral do ex-presidente da República Evaristo Carvalho, que morreu no sábado em Lisboa, realiza-se na sexta-feira no cemitério do Alto São João em São Tomé, estando prevista também uma cerimónia solene na Assembleia Nacional, anunciaram hoje as autoridades.
“A nossa embaixada, o Estado da República Democrática de São Tomé e Príncipe, está a trabalhar para que o corpo do nosso presidente chegue na quinta-feira. Ficará em câmara ardente no Palácio do Povo, tendo em conta a função nobre que exerceu”, disse hoje Roberto Raposo, porta-voz de uma reunião de alto nível convocada pelo chefe de Estado, Carlos Vila Nova.
Na reunião cujo o tema central era “a morte precoce” de Evaristo Carvalho, estiveram presentes os representantes dos órgãos de soberania, nomeadamente o presidente da Assembleia Nacional, Delfim Neves, o primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus e o represente do presidente do Supremo Tribunal de Justiça.
Está prevista “uma cerimónia solene que vai ser realizada na Assembleia Nacional, em memória do passamento do antigo chefe de Estado da República Democrática de São Tomé e Príncipe”, adiantou Roberto Raposo.
“Esta cerimónia do passamento do Presidente terá toda a honra fúnebre do chefe de Estado e será garantida pelo Estado da República”, cabendo a competência de organização ao Governo são-tomense.
“Estamos a preparar para que tudo ocorra com as garantias de um funeral a mais alto nível, porque se trata de um ex-chefe de Estado da República Democrática de São Tomé e Príncipe”, referiu Roberto Raposo.
O funeral está previsto para sexta-feira às 16:00 locais (mais uma hora em Lisboa) no cemitério do Alto de São João, na capital são-tomense.
Questionado sobre informações de que Evaristo Carvalho teria manifestado a intenção de ser sepultado na sua terra, Santana, no distrito de Cantagalo, Roberto Raposo afirmou que essa possibilidade foi avaliada, mas, “na verdade, por se tratar de um chefe de Estado, a cerimónia foi assumida como tal e o Estado assumirá tudo o que tem a ver com o funeral, por se tratar de um ex-presidente da República Democrática de São Tomé e Príncipe”, comentou.
“Esperemos que haja de facto uma compreensão nesse sentido”, disse.
Questionado se a cerimónia contará com a presença de autoridades internacionais, o porta-voz indicou que não cabe ao Estado fazer convites, salientando que o momento “está de facto aberto a todos os amigos e todos os Estados”.
“Venham todos os amigos, todos aqueles que conviveram com o presidente e os familiares”, referiu.
Segundo informação da embaixada de São Tomé e Príncipe em Lisboa, o corpo será trasladado na próxima quinta-feira.
Antes, a urna estará presente no dia 31 na Capela dos Claustros, na Basílica da Estrela, e, na quarta-feira, após a cerimónia religiosa, pelas 11:00, proceder-se-á às 15:30 ao fecho da urna.
A embaixada anunciou ainda que manterá aberto, entre hoje e terça-feira, um livro de condolências pela morte do ex-presidente.
O Governo de São Tomé decretou cinco dias de luto nacional que termina na quinta-feira para “prestar tributo” a Evaristo Carvalho, de 80 anos, que morreu em Lisboa no dia 28 vítima de doença prolongada.
O antigo chefe de Estado são-tomense estava internado num hospital em Lisboa e morreu cerca das 22:00 de sábado.