O primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus reagiu hoje à morte do ex-presidente da República Evaristo Carvalho, recordando-o como “uma biblioteca” e “conselheiro que não deixava ninguém indiferente”.
“Eu, como tive o privilégio de relacionar-me com ele ao nível dos dois órgãos de soberania, foi um relacionamento institucional bastante cordial e saudável, pude apreender bastante com ele, com essa experiência de uma espécie de irmão mais velho, conselheiro, portanto, o ex-presidente Evaristo Carvalho não deixava ninguém indiferente”, disse hoje Jorge Bom Jesus.
O primeiro-ministro realçou que “a grande qualidade” do ex-chefe de Estado “era de sempre partilhar a sua experiência, a sua vivência, o seu saber” do qual também ele tirou algumas notas, mas gostava que Evaristo Carvalho “vivesse mais para que as gerações presentes pudessem sugar dele mais ensinamentos”.
“Nós gostaríamos de ter a oportunidade talvez de se recolher depoimentos vários enquanto ele esteve em vida, porque aquele homem era um livro aberto. Ele conhecia São Tomé e Príncipe dos últimos 60 anos como ninguém e como eu digo, não vamos enterrar um velho, nós vamos enterrar um livro, uma biblioteca” realçou chefe do Governo.
Bom Jesus afirmou que “políticos completos da craveira do ex-presidente Evaristo Carvalho” “não morrem” e defendeu a necessidade de se recolher e preservar o seu legado.
“Nós vamos enterrar um corpo, mas eu estou certo que a memória dele vai viver para sempre e certamente muita gente que teve a ocasião de estar com ele, certamente cada um tem uma parte do que ele andou a transmitir/ensinar anotado. É possível que ele tenha deixado também algum escrito. É preciso depois recolhermos todos esses legados para se poder transformar tudo isso em escrita num livro para as gerações vindouras”.
“Nós aproveitamos para manifestar todo o nosso pesar, as nossas condolências à família enlutada. São estes os meus sentimentos neste momento relativamente a este grande senhor, grande patriota que morreu com São Tomé e Príncipe no coração”, completou.
O funeral do ex-presidente de São Tomé e Príncipe Evaristo Carvalho, que morreu no sábado em Lisboa, realiza-se na sexta-feira no cemitério do Alto de São João, na capital são-tomense, estando prevista também uma cerimónia solene na Assembleia Nacional, anunciaram hoje as autoridades.
Segundo informação anterior da embaixada de São Tomé e Príncipe em Lisboa, o corpo será trasladado na próxima quinta-feira.
Antes, a urna estará presente no dia 31 na Capela dos Claustros, na Basílica da Estrela, e, na quarta-feira, após a cerimónia religiosa, pelas 11:00, proceder-se-á às 15:30 ao fecho da urna.
O Governo de São Tomé decretou cinco dias de luto nacional para “prestar tributo” a Evaristo Carvalho, de 80 anos, que morreu em Lisboa no dia 28 vítima de doença prolongada.
O antigo chefe de Estado são-tomense estava internado num hospital em Lisboa e morreu cerca das 22:00 de sábado.