Movimento BASTA promete revisão da constituição e 4 mil postos de emprego em São Tomé e Príncipe

“O Basta é um movimento político criado por um grupo de cidadãos são-tomenses, “inconformados com o que se tem passado em São Tomé e Príncipe ao longo de décadas”, segundo o coordenador da comissão instaladora do BASTA, Salvador Ramos.

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O recém-criado Movimento Basta foi oficializado na terça-feira em São Tomé com apresentação de um “pacto de regime” e 12 promessas eleitorais que incluem a revisão da constituição e criação de quatro mil postos de empregos para jovens.

“Urge colocar um Basta em tudo quanto nos vem prejudicando, nos vem dividindo, nos vem martirizando, nos vem tornando uns inimigo dos outros, quando temos a consciência de que todos juntos ainda somos poucos para os desafios de transformar São Tomé e Príncipe num País mais próspero”, defendeu o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo da Ação Democrática Independente (ADI).

Segundo Salvador Ramos, o Basta é um movimento político criado por um grupo de cidadãos são-tomenses, “inconformados com o que se tem passado em São Tomé e Príncipe ao longo de décadas”.

“É um grito de alerta de um amplo movimento nacional constituído por cidadãos de todos os quadrantes políticos e da sociedade civil que entendem que chegou a hora de dizer basta a tudo quanto vem semeando a divisão no seio dos são-tomenses e impedido que o país se desenvolva de forma sustentável”.

O coordenador da comissão instaladora do movimento Basta considerou que a realidade atual do país “é complexa, confusa, preocupante” e admitiu que “a crise pode vir a ser ainda mais profunda” um vez que “reina o pessimismo, a incerteza e falta de esperança”.

“Assiste-se a degradação do ambiente a um ritmo assustador”, acrescentou, sublinhando que “o fraco ritmo de crescimento da economia não tem garantido o progresso desejado” e os jovens “encontram-se sem esperança no futuro e muitos querem abandonar o país”.

Apontou ainda que “a partidarização de cargos e funções que foi introduzida na função pública tem alimentado a mediocridade, a perseguição, a exclusão social e a corrupção”, considerando que “o Estado não tem feito o uso do exercício de autoridade para pôr cobro a falta de profissionalismo e a desorganização”.

“Os cidadãos mais atentos à situação mostram-se preocupados com o futuro do país neste contexto nacional e global em que vivemos e estão convictos de que o país atingiu um limite para além do qual os efeitos da degradação poderão ser extremamente perniciosos para todos nós. São Tomé e Príncipe está à beira de um precipício e é preciso agirmos”, disse Salvador Ramos.

O ex-chefe da diplomacia do Governo da ADI anunciou “doze promessas eleitorais” a serem executadas pelo “futuro Governo do Movimento Basta”, destacando “a criação de 4.000 novos empregos através do financiamento direto aos jovens empreendedores e da atração do investimento direto estrangeiro”, a “construção e apetrecho de um hospital central de referência dotado de recursos, medicamentos e consumíveis” e a “construção de barragens hidroelétricas com base em parcerias público-privadas aumentando para 35%, até 2026 o peso das energias renováveis na rede”.

Além disso, anunciou o “pacto de regime” do movimento Basta de onde constam ideias como a institucionalização do fórum permanente de consulta dos partidos políticos, a revisão da constituição, promoção da unidade nacional e do pluralismo nos órgãos da comunicação social, a reforma e modernização da justiça, do sistemas nacional da saúde, da educação e da segurança social, a institucionalização da alta autoridade de luta contra a corrupção, a reforma fiscal, a conceção e elaboração da política externa do Estado, entre outras.

A cerimónia de oficialização do Movimento Basta contou com a presença de vários dirigentes do Partido de Convergência Democrática (PCD), incluindo o presidente da Assembleia Nacional, Delfim Neves, e líderes de alguns partidos sem assento no parlamento.

“O PCD ontem [segunda-feira] declarou que vai concorrer as eleições integrando ao movimento Basta, outros partidos também estão dentro do movimento Basta, muita gente que nunca militaram em partido nenhum, nunca estiveram no governo também vão estar por dentro e aí não vamos fechar a porta a ninguém”, declarou Delfim Neves à imprensa.

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