O Governo são-tomense inaugurou os primeiros painéis de energia solar numa instituição pública e iniciou a instalação da primeira central fotovoltaica para produção de 2,2 megawatt pico de energia, marcando a “era da energia renovável”.
Os painéis solares foram inaugurados na Direção Geral dos Recursos Naturais e Energias, no âmbito de um projeto financiado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
É o primeiro edifício público “autossustentável em termos de produção e consumo de energia e consegue fazer face à escassez” de energia no país, referiu o ministro das Infraestruturas e Recursos Naturais, Osvaldo Abreu.
Segundo o governante, fornecerá experiência para o Governo multiplicar “por diversos edifícios públicos” e “diminuir o consumo do combustível” num processo que terá continuidade com a instalação da primeira central fotovoltaica da Empresa de Água e Eletricidade (Emae).
“Hoje estamos a inaugurar essa era de energia renovável aqui na Emae com a implantação da nossa primeira central solar pública”, declarou Osvaldo Abreu.
A central faz parte de um projeto conjunto do PNUD e do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla inglesa) e Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).
A primeira fase de instalação será financiada pelo PNUD e GEF em 690.000 dólares e inclui o fornecimento de peças sobressalentes, cobertura de dois anos de operação e manutenção da central e formação para a equipa da Emae.
Segundo a coordenadora do PNUD, Katarkyna Wawierniaa, a primeira fase do projeto será concluída em 10 semanas e visa a produção de 540 kwp (kilowat pico) de energia, “mas em geral toda a planta vai produzir 2,2 megawatt pico e é muito significante porque vai reduzir necessidade de reduzir a utilização de gasóleo” na central de Santo Amaro.
“Não temos escolha, temos que acelerar a transição para a energia sustentável, temos a crise Ucrânia/Rússia, em todo mundo o preço de gasóleo está a subir extremamente rápido e esta agenda do Governo para a energia sustentável fica ainda mais urgente para nós todos, Governo e parceiros”, defendeu a coordenadora do PNUD.
A segunda fase do projeto contará com o financiamento do BAD para a instalação do segundo grupo de painéis solares.
“Sendo São Tomé uma ilha é necessário apostarmos cada vez mais na energia renovável e apostarmos numa transição sustentável de energia sustentável. Nos próximos programas do BAD esperamos apoiar cada vez mais esse desenvolvimento de uma forma geral para a criação de mais potência e respondermos à procura de energia no país, o BAD está fortemente apostado nisso”, assegurou o representante do BAD, Felisberto Mateus.
Segundo o representante, o BAD está em conversação com o Governo e pretende criar “mais projetos de energia renovável como a reabilitação de algumas mini-hídricas em São Tomé”.
“Nós estamos a fazer história, este é o berço da transformação do setor energético, é o primeiro passo de um caminho que espero longo, mas bastante promissor na área de transição energética”, declarou o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Jorge Bom Jesus.