A juventude da Ação Democrática Independente (ADI, oposição) convocou os jovens são-tomenses para uma manifestação pacífica na sexta-feira em protesto para exigir o recenseamento eleitoral de “cerca de oito mil jovens” no país e na diáspora.
Após uma ronda de auscultação e reclamação às autoridades do país, nomeadamente a Comissão Eleitoral Nacional, presidente da Assembleia Nacional e Presidente da República, e sem terem resposta à solicitação do encontro com o primeiro-ministro, a juventude da ADI anunciou outra fase de protesto para garantir que haja recenseamento eleitoral antes das eleições de setembro.
“Nós decidimos passar a uma outra fase da nossa luta, no sentido de defendermos aquilo que entendemos ser um direito que não pode ser negociado sequer, que é o direito de nós expressarmos as nossas opções no ato de voto”, afirmou o vice-presidente da juventude da ADI, Pedro Carvalho.
O deputado e dirigente da juventude do maior partido da oposição são-tomense disse que as autoridades policiais já foram informadas para a devida autorização da “marcha pacífica” para apelarem à participação de todos os jovens residente em São Tomé.
“Vamos mostrar o nosso desagrado por esta situação”, precisou o representante da juventude da ADI.
As próximas eleições legislativas serão marcadas pela primeira vez com a participação dos são-tomenses residentes na diáspora que poderão eleger e ser eleitos nos círculos da Europa e África de onde sairão dois deputados.
“O que nós queremos é que as próximas eleições sejam o resultado da livre escolha de todos os são-tomenses […] se houver um consenso para se fazer um recenseamento temos que fazer aqui e na diáspora”, defendeu Pedro Carvalho.
Além disso, acrescentou que se não houver garantias da realização do recenseamento antes das eleições de 25 de setembro a sua organização pondera avançar com uma queixa-crime contra as instituições que devem providenciar a realização do recenseamento eleitoral, nomeadamente, a Comissão Eleitoral Nacional, Governo e Assembleia Nacional.
Na terça-feira o primeiro-ministro e o presidente da Assembleia Nacional, Delfim Neves, mostram-se disponíveis para o diálogo em busca do consenso sobre esta questão, mas os jovens da ADI adiantam que mesmo que mesmo havendo consenso não vão desistir do protesto de sexta-feira.
“Hoje [o problema] é o recenseamento, mas os jovens são-tomenses têm problemas desde a primeira habitação, emprego, e nós nos últimos sete ou oito anos estamos a ver uma massa muito boa dos jovens que estão a abandonar o nosso país. Tudo isso são questões que nos incomodam como organização juvenil”, avançou o porta-voz da juventude da ADI.
No entanto, a juventude da ADI lamentou “o silêncio de algumas organizações juvenis partidárias e não só, por exemplo o Conselho Nacional da Juventude, que até hoje não se pronunciou sobre essa temática”.