IX BIENAL: Grupo  Ilha dos Poetas Vivos apresenta performance poética “A CAIXA”

O grupo “Ilha dos Poetas Vivos” promoveu no dia 12 de julho a sua primeira apresentação pública oficial, no âmbito da IX Bienal de Arte e Cultura de São Tomé e Príncipe, com a performance poética intitulada “A CAIXA” lançada a reflexão sobre os conflitos interiores dos cidadãos e da sociedade.

Cultura -
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“A CAIXA representa um conjunto de coisas, representa a forma de pensar, representa padrões pré-estabelecidos, e representa até coisas que nós reproduzimos sem ter muita consciência das mesmas”, explicou o membro do grupo Ilha dos Poetas Vivos, Ivanick Lopandza.

A apresentação realizada no dia 12 de julho, dia da independência de São Tomé e Príncipe na Casa das Artes, Criação, Ambientes e Utopias (CACAU), além de questionar os problemas que afetam a sociedade, suscitou também a reflexão sobre a independência do país.

“Será que a independência sai de alguma caixa colonial…?”, referiu Lopandza.

“Há um como conflito entre querer estar dentro da caixa, porque é confortável, somos aplaudidos e temos todas ‘pompas e fanfarras’ ou realmente revolucionar e sair da caixa”, acrescentou.

Segundo Lopandza a peça representa também os conflitos internos dos atores para colocar o público e a sociedade “a questionar em que caixa ela está”.

“Nós após refletirmos sobre a existência da caixa, tentamos formas de resistir, de criar novas formas de pensamento, acabamos por destruir uma caixa, mas deixamos a deixa no final que a caixa maior está intacta. Talvez só mudamos de uma caixa para outra”, frisou Ivanick Lopandza.

“Eu achei interessante, sobretudo, porque já se começa a mudar um pouco o paradigma, mudar aquilo que já estamos habituados, o teatro que já estamos habituados. Eu acho que já se começa a assistir uma melhor performance por parte dos nossos artistas […] e a peça deixa muito para refletir”, disse Selvira Trindade, uma das cidadãs que assistiu a apresentação.

Fernando Lima também sublinhou que “a apresentação é diferente” daquilo que os são-tomenses estão acostumados a ver.

“São ideias que já tivemos quando eramos mais jovens, agora são mais sofisticados na expressão”, precisou.

Para outra espetadora, Alejandra Moncada a ideia é “muito inovadora.”

“Para mim é uma das melhores peças da Bienal [estes jovens] trouxeram ideias muito importantes para refletir”, disse.

As atividades da IX Bienal de Arte e Cultura de São Tomé e Príncipe decorrem no país até 25 de julho.

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