IX Bienal: Anguené Teatro é o primeiro grupo de teatro angolar a ser formado em STP

O ator angolano Miguel Hurst está a formar um grupo de jovens atores da comunidade de angolares do sul da ilha de São Tomé para a criação do grupo “Anguené Teatro” que será o primeiro teatro são-tomense com objetivo de valorizar a língua e cultura angolar.

Cultura -
Miguel Hurst

A primeira apresentação pública do grupo que se enquadra numa performance denominada, no âmbito do ‘Psicadelic Chocolate’ aconteceu na Casa das Artes, Cultura, Ambiente e Utopia (CACAU), durante a nona bienal de artes e culturas de São Tomé e Príncipe.

“Esta performance é o resultado de dois meses e meio de trabalho que tem sido feito com os jovens de angolares que vai culminar em 2024 com a criação do Núcleo de Teatro e Dança Anguené Teatro, sendo que a primeira peça oficial será apresentada já no próximo ano [2023]”, explicou à RSTP, o ator angolano, Miguel Hurst.

Segundo a ator angolano, “a peça representa o destino de um povo que não desiste do seu chão”, enfatizando a mensagem para a necessidade de as pessoas não desistirem da sua terra e cultura.

“Nós nascemos aqui, nós somos daqui e aqui vamos ficar, apesar de pestes, de guerras e desastres anunciados: nós vamos ficar aqui”, sublinhou.

Núcleo de Teatro e Dança Anguené Teatro

Segundo Miguel Hurst o Núcleo de Teatro e Dança Anguené Teatro uma forma de preservar e valorizar o crioulo angolar e também uma homenagem ao escritor santomense, Fernando Macedo, que escreveu o livro de poemas Anguéné, que é o nome angolar para a vila dos angolares.

“Daí a peça ter sido feita toda em angolar […] porque é um património imaterial, e nós temos que preservar os nossos patrimónios”, disse, Miguel Hurst.

“Foi uma surpresa muito agradável. Gostamos mesmo muito. É um exemplo da cultura são-tomense e para nós foi uma experiência super positiva”, considerou Camila, que assistiu a apresentação.

O visitante Fancisco García Lanzaz considerou “muito original” o trabalho da CACAU de apostar na valorização da cultura são-tomense.

Núcleo de Teatro e Dança Anguené Teatro

“Acho muito bom o trabalho que estão a fazer de apostar na cultura para que São Tomé e Príncipe, pouco a pouco, seja um país com uma cultura ao nível musical ou teatral alto”, disse Francisco Lanzaz.

A antiga ministra dos Negócios Estrangeiros, Natália Umbelina, que acompanhou várias atividades no âmbito da nona bienal, sublinhou que o evento colocou “a cultura no seu esplendor”.

“O João Carlos Silva vai nos surpreendendo todos os anos e este ano a grande surpresa é que vão buscar as nossas raízes”, sublinhou Natália Umbelina.

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