IX Bienal: Filme Constelação do Equador de Silas Tiny apresentado em São Tomé e Príncipe

O realizador são-tomense Silas Tiny, apresentou no espaço CACAU, em São Tomé, o seu filme intitulado Constelação do Equador que retrata a história real de uma guerra Civil que aconteceu na Nigéria no final da década de 60.

Cultura -
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A apresentação do filme decorreu no âmbito da IX edição da Bienal das Artes e Cultura de São Tomé e Príncipe promovido pela Associação Roça Mundo do embaixador cultural, João Carlos Silva.

Em declarações à RSTP Silas Tiny referiu que a guerra civil que inspirou a criação do filme, originou uma grande crise humanitária e obrigou a “criação de uma ponte aérea”, denominada ponte Biafra que permitiu salvar crianças da Nigéria trazendo-as para São Tomé e Príncipe.

“Essa ponte foi construída por várias entidades internacionais, religiosas e não religiosas que colocaram e montaram a sua base aqui em São Tomé e permitiram resgatar inúmeras vidas”, sublinhou, Silas Tiny.

Silas Tiny explicou que quando pesquisava sobre esta história para escrever o filme, encontrou uns dos soldados das antigas forças Biaferences nigeriana que ainda relembrava o que aconteceu na guerra.

“É um soldado das antigas forças Biaferences que nós por acaso, e com pesquisa, conseguimos encontrar aqui em São Tomé – pelo menos naquela altura vivia aqui em São Tomé – nós chegamos à ele e conseguimos entrevistá-lo”, contou Silas Tiny.

O realizador são-tomense são-tomense sublinhou que a história do filme é real e demonstra que São Tomé serviu de um ponto de refúgio para as crianças refugiadas da Nigéria.

“A crianças que nós vimos aqui são crianças refugiadas, que vieram para São Tomé para receber auxílio e receber ajuda, portanto vieram a Bioto-Biafra da Nigéria para receber ajuda e serem tratadas, porque algumas delas estavam numa situação física e mental, muito, muito difícil”, acrescentou Silas Tiny.

Depois da guerra as crianças refugiadas voltaram à Nigéria, mas no arquivo histórico, de São Tomé ainda existem documentos de identificação das mesmas que estavam no país.

“A ideia para este filme era de podermos entrar em contactos com as crianças que sobreviveram, mais isso não foi possível […] com o final da guerra elas regressaram a Nigéria e não houve possibilidade de nenhuma dessas crianças ficar aqui em São Tomé”, explicou.

“Estamos a trazer para casa aquilo que é nosso e esse realizador mostrou-nos aquilo que é também a história de São Tomé, o que muitos de nós não conhece. Portanto, a história do Biafra, aquelas crianças que vieram para São Tomé e Príncipe no período da Guerra do Biafra é uma história que para muitos está esquecida e para outros totalmente desconhecida” frisou Abigail Tiny Cosme, depois de ter assistido o filme.

Escrito por: Dionísia Costa

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