O escritor português, João Bernardo apresentou o seu romance intitulado “Um Tango com Matilde” no âmbito da IX Bienal das Artes e Culturas de São Tomé que terminou no país no dia 25 de julho.
“Temos aqui um conjunto de 10 contos/histórias. São histórias onde eu deixei um bocadinho de mim em cada uma delas. Tem um bocadinho da minha passagem, do meu crescimento, das minhas experiências de vida: as mais dolorosas e as mais prazenteiras que passei”, explicou à RSTP, João Bernardo, após a apresentação do livro na Casa das Artes, Cultura e Utopia (CACAU).
Segundo o autor a sua escrita é baseada em muitas situações reais do seu dia a dia e das relações com amigos e familiares misturadas com um pouco de ficção.
“Os meus contos começam quase sempre com uma fotografia: há qualquer coisa que me chama atenção, muitos deles veem de situações reais que eu fui encontrando no meu dia a dia, num café, na conversa com um amigo, outras veem das minhas memórias, de coisa que eu recordo e que quero passar à escrita e que não quero deixar que se percam, e depois crio a ficção à volta disso, construo o sonho”, explicou.
Por outro lado, João Bernardo referiu que a obra ‘Um tango com Matilde’ “é uma espécie de uma disputa entre as memórias e os sonhos”.
“As memórias que nós muito nos agarramos das coisas que tivemos pena de perder […] e o sonho projetado no futuro: como é que nós nos vemos no futuro, como é que nós vemos evoluir as situações no futuro, os nossos amigos, a nossa família, a sociedade”, acrescentou.
O autor referiu que tem “dois romances inacabados já com 200 páginas cada um”, mas ainda não finalizou a escrita, por serem “histórias mais grandes” e devido a sua “vida profissional muito agitada”.
“Depois de ter começado a escrever contos há cerca de 20 e tal anos eu adoro imenso os contos porque é uma coisa em que nós temos um poder de síntese muito grande para contar uma boa história. Não é fácil. Eu tenho de em 10, 20, 30 páginas, ou as vezes menos, eu tenho que contar uma boa história, com princípio meio e fim, que ela, no fundo faça sentido, e é um exercício que se consegue com alguma rapidez, mas com algum rigor”.
As pessoas que assistiram a apresentação do livro, disseram a RSTP que tinham muitas expectativas para iniciarem a leitura da obra.
“Já me disseram que o livro é bastante interessante e tenho muito interesse em lê-lo e acompanhar o autor que é muito meu amigo. Julgo que é bastante difícil quando alguém está numa área profissional até afastada da escrita poder se aventurar e dar o seu nome à um texto. Portanto, é um ato de grande coragem”, considerou, Nuno Moreira.
O ator são-tomense, Ângelo Torres também disse que gostou muito “dos diálogos das personagens” apresentadas por João Bernardo.
“O escritor já avisou que é um livro bastante sensual e sugestivo e pelos diálogos, creio, ou quase tenho a certeza, que será uma leitura agradável”, disse o ator são-tomense.
