Estudantes são-tomenses no Brasil em dificuldades e sem bolsa há mais de um ano

Segundo a presidente da Associação, esta situação tem levado alguns “estudantes a trancarem a universidade e irem a procura de emprego”, enquanto, “outros que continuam a estudar precisam viver na casa de um amigo  contando com a ajuda familiar.

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Os estudantes são-tomenses no Brasil estão a passar por diversas necessidades, desde alimentação ao alojamento, devido ao não pagamento das bolsas de estudo pelo Governo são-tomense há mais de um ano, disse à RSTP, a presidente da associação estudantil no estado da Bahía e Ceará.

“Normalmente a bolsa é para ser paga de três em três meses, porém, com alguns atrasos, o Governo paga de seis em seis meses, mas, mesmo assim com esse pagamento de seis em seis meses […] o último pagamento total da bolsa foi feito em março de 2021, disse à RSTP a presidente da Associação dos Estudantes São-tomense nos estados da Baía e Ceara, Adaziza Santiago.

A líder estudantil procurou a RSTP em nome dos 42 jovens são-tomenses que estudam na Bahía e Ceará, em busca de soluções, após várias diligências feitas junto ao Governo são-tomense, mas sem sucesso.

Segundo Adaziza Santiago, o Governo comprometeu-se a pagar uma bolsa de 900 dólares a cada estudante, de seis em seis meses.

Além dos estudantes que ainda estão nas universidades, há outros que terminaram o curso, mas não têm como regressar a São Tomé e Príncipe por falta do apoio do Governo e as suas famílias também não têm condições financeiras para comprar a passagem de regresso.

“Muitos terminaram e não conseguiram voltar para o país, e tem alguns passando por diversas necessidades que é, aluguer em atraso, alimentação e nem conseguem deslocar de um estado para outro e nem conseguem deslocar para São Tomé”, precisou, Santiago.

“Fiz a carta, mandei para directora do ensino, mandei para a ministra da educação por email, e também fiz a impressão e pedi alguém para entregar, e a pessoa entregou, e assinaram mandaram a foto que foi entregue”, contou, relativamente as várias tentativas de contacto com as autoridades são-tomenses.

Segundo a presidente da Associação, esta situação tem levado alguns “estudantes a trancarem a universidade e irem a procura de emprego”, enquanto, “outros que continuam a estudar precisam viver na casa de um amigo  contando com a ajuda familiar, porque sem o tal valor da bolsa, não conseguem pagar o aluguer da casa nem satisfazer outras necessidades básicas como alimentação”.

Os estudantes são-tomense residentes no Brasil, dizem-se ainda mais preocupados porque souberam que o Governo fez pagamentos aos estudantes nos outros países, mas até ao momento não tiveram qualquer informação sobre o pagamento das suas bolsas.

“Eu espero que eles paguem o valor como eles pagaram outros estudantes que estão na diáspora, porque agente tem as mesmas necessidades que outros estudantes, embora o Brasil não esteja em guerra, as coisas aqui estouraram, tudo aqui está caro”, referiu, Adaziza Santiago.

São Tomé Príncipe, não tem uma embaixada nem consolado no Brasil, o que dificulta um pouco mais a vida dos bolseiros, na medida em que, na maioria dos casos, quando terminam os cursos os passaportes perdem validade.

Escrito por: Gidel Batista

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