Os arquitetos angolanos Paulo Daio e Ilídio Daio e os cabo-verdianos Hugo Lopes e Leão Lopes, reuniram-se na CACAU na dinamização de uma das edições das “Conversas Arquitetadas” num intercâmbio com arquitetos são-tomense, no âmbito da IX Bienal das Artes e Culturas de São Tomé e Príncipe.
Durante esta conversa estes arquitetos abordaram vários temas sublinhando, sobretudo a forma como a arquitetura pode reabilitar e promover o desenvolvimento social das comunidades.
“Arquitetura é o palco onde o homem desdobra em todas outras suas dimensões”, sublinhou o arquiteto Paulo Daio, realçando a dimensão económica da arquitetura, considerando que “sem esta dimensão não é sustentável” tudo o que pretendiam fazer.
Por sua vez, Ilídio Daio destacou a necessidade do trabalho de arquitetura se estender além das infraestruturas, mas também promover a autonomia e sustentabilidade das comunidades.
“Não basta só a construção, não basta o betão e não basta a casa, é importante também reforçar a comunidades e em simultâneo estamos a reabilitar as comunidades e tornando-as mais autónomas e sustentáveis”, defendeu Ilídio Daio.
Nesta edição de “conversas arquitetadas”, foram apresentados os projetos ‘Kimbópolis’ do arquiteto angolano Ilídio Daio, e o projeto ‘Complexo Educativo de Chã das Caldeiras’ dos arquitetos cabo-verdianos Leão Lopes e Hugo Lopes.
Ilídio Daio explicou que “Kimbopólis é uma urbanização com água, energia, saneamento”, representando “uma miscigenação de conceitos tentando Interpretar como é que as pessoas vivem num contexto rural e como é que essa forma de distribuição do contexto rural pode ser otimizada numa matriz urbana”.
Por sua vez, Leão Pontes referiu que o projeto Complexo Educativo de Chã das Caldeiras’ “está em desenvolvimento na ilha do Fogo” numa zona que teve um impacto na erupção vulcânica em 2014, que arrasou duas comunidades e que “nesse momento por iniciativa do Ouro Verde de Cabo Verde , está sendo reconstruída para que as pessoas retomem suas vidas normais, social enquanto comunidade e a sua vida económica”.
Escrito por: Dionísia Costa