Presidente da Assembleia Geral da ONU faz visita histórica a São Tomé e Príncipe

Abdulla Shahid, natural das Maldivas que tornou-se o primeiro presidente da Assembleia Geral da ONU a visitar São Tomé e Príncipe.

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O presidente da Assembleia Geral da ONU, Abdulla Shahid esteve de visita a São Tomé e Príncipe na quinta-feira, 18 de agosto, e encontrou-se com várias entidades estatais e da sociedade civil, tendo com destaque da agenda a questão das mudanças climáticas, a recuperação pós covid-19 e o processo de graduação de São Tomé e Príncipe para País de Rendimento Médio.

“Vindo eu de um pequeno país insular, posso partilhar convosco que será difícil, desafiante, porque o processo de graduação não tem em conta as vulnerabilidades dos pequenos Estados”, disse Abdulla Shahid, natural das Maldivas que tornou-se o primeiro presidente da Assembleia Geral da ONU a visitar São Tomé e Príncipe.

A graduação de São Tomé e Príncipe da lista de países menos desenvolvidos para a categoria de País de Rendimento Médio está prevista para dezembro de 2024, segundo anunciou em setembro do ano passado a ministra dos Negócios Estrangeiros, Edite Ten Jua.

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Presidente da Assembleia Geral da ONU reúne-se com o primeiro-ministro

No encontro com a chefe da diplomacia são-tomense, na capital, o presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas reconheceu o compromisso do Governo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), lançados pela ONU em 2015 e sublinhou que esses esforços se traduziram em ação, “como demonstra claramente a futura graduação” do país.

No entanto, Abdulla Shahid disse apoiar a recomendação de que o período de preparação para os países cuja graduação foi recomendada em 2021 deve ser de cinco anos, e não três, para “preparar efetivamente uma transição suave que ultrapasse os choques da pandemia”.

Ao discursar antes de Shahid no mesmo encontro, a ministra Edite Tenjua disse que o processo de graduação tem sido “um desiderato nacional”, mostrando-se confiante de que São Tomé e Príncipe irá concluí-lo “no horizonte proposto de 2024”.

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“Não é uma rota fácil de seguir, mas devo aqui pontuar o esforço e também o grande apoio que recebemos do sistema das Nações Unidas no sentido de fazer aquilo que nós chamamos uma transição suave”, afirmou a governante.

Shahid comparou também as Maldivas a São Tomé e Príncipe no que diz respeito às alterações climáticas, recordando os danos provocados no país lusófono por fortes chuvadas que destruíram várias pontes no início do ano.

Relembrou que as alterações climáticas são um fenómeno global e que “nenhum país pode enfrentá-las sozinho”, manifestando esperança de que na Conferência das Partes (COP27) de 2023 em Sharm El Sheik, no Egito, “os Estados-membros reafirmem o seu compromisso comum” de combatê-las.

O presidente da Assembleia Geral da ONU reconheceu o impacto da pandemia de covid-19 na economia de São Tomé e Príncipe, “país que registava cerca de 33.400 chegadas de turistas” antes da crise pandémica.

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Presidente da Assembleia Geral da ONU reúne-se com Staff das Nações Unidas em STP

“Vindo de um país onde o turismo é crucial para a economia, reconheço totalmente com o quanto a pandemia foi prejudicial para as economias insulares, mas penso que a pandemia e os seus consequentes impactos adversos foram um alerta para construirmos melhor juntos, mais fortes, mais verdes e mais azuis”, afirmou.

No encontro de hoje, a ministra Edite Ten Jua reconheceu o papel das Nações Unidas como “parceiro fundamental” para o desenvolvimento de São Tomé e Príncipe.

“Os desafios que o futuro nos apresenta não são fáceis, mas o desenvolvimento é de facto uma jornada da qual já não há volta”, afirmou.

Recordando o contributo da organização na luta contra a pandemia ou na preparação das eleições legislativas, legislativas, autárquicas e regional de 25 de setembro, Edite Ten Jua apelou, perante o presidente da Assembleia Geral da ONU, para que os parceiros do desenvolvimento possam “ajudar a reconstruir São Tomé e Príncipe” após as fortes chuvas nos últimos meses.

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Presidente da Assembleia Geral da ONU reúne-se com jovens e mulheres

Por outro lado, o primeiro-ministro são-tomense considerou que a deslocação de Abdulla Shahid, que é o primeiro presidente da Assembleia Geral da ONU a visitar São Tomé e Príncipe “é um momento histórico” que serviu para “passar em revista muitos dossiês do mundo”, nomeadamente “as mudanças climáticas, mas também a democracia”.

Durante a visita, o presidente da Assembleia Geral da ONU reuniu-se também com o primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, com os responsáveis das agências da ONU em São Tomé e Príncipe, com os jovens e representantes do Conselho Nacional da Juventude, das mulheres da sociedade civil, e das mulheres parlamentares que lhe oferecem uma cópia da lei de paridade aprovada recentemente pelo parlamento são-tomense.

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